Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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GRUPO BALINT E A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ANDRESSA PIMENTEL AFIUNE, PEDRO HENRIQUE ALVES TERTULIANO, KRISTEN GUILARDUCCI LAUREANO, ISABELA CASTRO PEREIRA, LUCAS MAIA DA COSTA ELOY PIMENTA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: Michael Balint, professor de medicina em Londres nos anos de 1950, foi responsável pela revolucionária mudança de paradigma da relação médico-paciente. Os grupos elaborados por Balint redimensionam o encontro médico e mostram o significado do paciente como um todo, de forma holística. OBJETIVOS: Descrever a essencialidade dos grupos Balint na formação médica, enquanto ferramenta de aperfeiçoamento da relação terapêutica médico-paciente e da relação interpessoal médico-comunidade. MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia balintiana é aplicada mediante grupos desenvolvidos por estudantes de medicina e um professor (profissional da área de saúde), que por meio da troca de conhecimentos entre participantes, desenvolve-se a transdisciplinaridade. Estes grupos Balint são realizados através do método teórico-prático e todas discussões devem ter como enfoque a relação médico-paciente. De início, os acadêmicos escolhem em qual círculo se posicionam: no grupo interno de verbalização ou no grupo externo de observação. O primeiro grupo é composto por no mínimo 6 participantes e tem um líder definido responsável por manter as normas e garantir que o grupo está sendo desenvolvido de acordo com as características pré-estabelecidas pela The Balint Society. Um dos membros relata o caso clínico escolhido, sem recorrer a nenhuma anotação, trazendo ao grupo a experiência vivenciada com o paciente, enquanto os outros membros do grupo discutem a relação médico-paciente-doença. O segundo grupo, composto pelo restante dos acadêmicos juntamente com o professor, é responsável por escutar atentamente e fazer observações críticas que serão apresentadas verbalmente após o encerramento do primeiro, com o objetivo de avaliar o desenvolvimento deles. RESULTADOS: A dinâmica do grupo Balint tem efeito direto sobre o comportamento social dos acadêmicos de medicina, de maneira que escuta e reflexão se tornam desenvolvidas na relação médico-paciente. Esta atividade atinge o cerne dos alunos, criando uma atmosfera susceptível a abertura das mais íntimas dificuldades relacionadas a ação médica. Além disso, a comunidade em meio a esse processo se beneficia com melhora nos atendimentos, visto que os alunos têm uma formação diferenciada que atenua o sistema hospitalocêntrico ao ressaltar a visão biopsicossocial do paciente. Desta forma, o profissional médico, somando sua relação empática com o poder da escuta pode identificar os determinantes de saúde e influenciar seu paciente, que passam a tomar atitudes benéficas sobre sua saúde. CONCLUSÃO: O processo sócio-histórico tem mostrado que grupos desenvolvidos dentro da metodologia Balint são de fato um instrumento formativo importante. Essas experiências pedagógicas mostram que os espaços grupais, principalmente de reflexão sobre a própria prática, formam nos estudantes perspectiva mais humanista, para desenvolver uma boa relação médico-paciente.

Palavras-chave


Educação médica; Relações Médico-Paciente; Saúde Holística;