Última alteração: 21-09-2022
Resumo
Modais ativos representam alternativas sustentáveis aos deslocamentos nos centros urbanos. Embora ainda discreta, sua crescente popularização atribui-se ao gradual reconhecimento no corpo legislativo, à difusão de hábitos saudáveis e à consolidação de posturas ambientais, além da degradação do trânsito e baixa qualidade do transporte coletivo. Ações de planejamento urbano pós- PNMU colaboram ao difundir modais ativos, em especial a bicicleta, como modal utilitário, atraindo não só usuários das periferias, mas de setores elitizados. No entanto, conflitos sociais, decorrentes da má distribuição de renda e da presença do tráfico de drogas, colaboram para o aumento da violência urbana e a difusão de preconceitos socioterritoriais, dos quais ciclistas têm sido vítimas cada vez mais frequentes. Este trabalho investiga que, a adesão à ciclomobilidade vincula-se não só à existência de infraestruturas adequadas e de segurança viária satisfatória, mas também ao nível de segurança pública percebida pelos usuários. Através da aplicação de questionários (n=55) e mapas emocionais, avalia-se a percepção de ciclistas em três trajetos na divisa entre Curitiba e São José dos Pinhais: região socioambientalmente vulnerável, cuja infraestrutura cicloviária associa-se às áreas de lazer, preservação ambiental e ocupações irregulares: espaços estigmatizados pela suposta incidência criminal e justapostos a bairros de alto interesse imobiliário.