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GÊNERO E RELAÇÕES CONJUGAIS NA TERRA INDÍGENA SÃO JERÔNIMO
Última alteração: 18-04-2018
Resumo
O presente artigo é resultado de
pesquisa etnográfica realizada com mulheres
Guarani, Kaingang e Xetá na Terra Indígena
São Jerônimo, localizada na região nordeste
do Paraná. Tem-se como foco duas dimensões
do convívio que são experimentadas,
pensadas e mobilizadas como constituintes
da própria dinâmica social: as memórias das
mulheres sobre suas relações de consanguinidade
envolvendo práticas de cuidado dos irmãos
durante a infância; e as relações de casal
que abrangem tanto atividades geradoras de
“entrosamento”, cumplicidade, quanto agitações
e atitudes conflituosas, como o ciúme. A
obrigação de cuidar dos irmãos, que resultava
em sentimentos de raiva contra essa imposição,
relaciona-se com uma movimentação no
processo de produção de gênero que envolve
a atribuição às meninas do papel social do
cuidado. Já o casamento mostra o cotidiano
das relações afetuosas sendo constantemente
atravessadas por conflitos decorrentes de sentimentos
extremos que residem - em potencial
- nessas mesmas relações. Através da análise
da dinâmica desses relacionamentos específicos
de parentesco e de casamento sugerese
que o cotidiano é experimentado em suas
qualidades mistas de afetuosidade/harmonia e
raiva/conflito em diferentes gradações.
pesquisa etnográfica realizada com mulheres
Guarani, Kaingang e Xetá na Terra Indígena
São Jerônimo, localizada na região nordeste
do Paraná. Tem-se como foco duas dimensões
do convívio que são experimentadas,
pensadas e mobilizadas como constituintes
da própria dinâmica social: as memórias das
mulheres sobre suas relações de consanguinidade
envolvendo práticas de cuidado dos irmãos
durante a infância; e as relações de casal
que abrangem tanto atividades geradoras de
“entrosamento”, cumplicidade, quanto agitações
e atitudes conflituosas, como o ciúme. A
obrigação de cuidar dos irmãos, que resultava
em sentimentos de raiva contra essa imposição,
relaciona-se com uma movimentação no
processo de produção de gênero que envolve
a atribuição às meninas do papel social do
cuidado. Já o casamento mostra o cotidiano
das relações afetuosas sendo constantemente
atravessadas por conflitos decorrentes de sentimentos
extremos que residem - em potencial
- nessas mesmas relações. Através da análise
da dinâmica desses relacionamentos específicos
de parentesco e de casamento sugerese
que o cotidiano é experimentado em suas
qualidades mistas de afetuosidade/harmonia e
raiva/conflito em diferentes gradações.
Palavras-chave
etnologia indígena; gênero; casamento.
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