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A PRODUÇÃO GRÁFICA DA CAPA DO LIVRO A DEPRESSÃO DE LARS
Última alteração: 22-08-2016
Resumo
Partindo do princípio de que a produção gráfica da capa de um livro implica o primeiro importante contato entre o leitor-consumidor e a obra a ser consumida, propomo-nos, neste trabalho, explanar essa relação cara ao mercado editorial, tendo em conta os efeitos de sentido da capa do livro A Depressão de Lars - sobre a problema social nos filmes Anticristo, Melancolia e Ninfomaníaca, de Eduardo Yuji Yamamato e Cíntia Moleta, publicado pela Editora da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (EDUNI). Em tempos de interatividade, o trabalho técnico de uma Editora parece precisar ser pensado para além das informações e dos ingredientes materiais – escolha da tipografia, das cores e das imagens – podendo somar a essa visualidade e à necessária informatividade, ingredientes sensoriais. É nessa linha que a produção gráfica da capa de A Depressão de Lars desestabiliza o tradicional e o previsível, convidando o leitor a participar interativamente com o conteúdo tratado ao longo do livro. Notadamente, ele é incitado a retirar uma fita adesiva, em aberta alusão ao acontecimento de sucedeu o pronunciamento de Lars von Trier, em Cannes, quando disse que simpatizava com Hitler. Após um longo silêncio, o diretor encaminhou, juntamente com o roteiro de Ninfomaníaca, uma foto sua, com uma fita adesiva colada em sua boca, seguida de uma legenda onde se lia: “o filme fala por si”. Na capa da Depressão de Lars, explora-se essa “mesma” fita.