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Última alteração: 08-10-2019
Resumo
RESUMO
Este trabalho é um relato e breve análise sobre a disciplina Cinejuventude, que abordou temas relacionados às juventudes através de filmes de diversas épocas e países. Utilizar produções cinematográficas que relatam experiências de semelhantes enquanto protagonizam problemas políticos e sociais atuais é uma forma de aproximar o aluno de si mesmo. A imagem, ao materializar a complexidade de diversas temáticas, pode ser usada como ferramenta pedagógica.
Palavras-chave: juventude; currículo; imagem.
INTRODUÇÃO
A disciplina “Cinejuventude”, considerando o cinema como um acesso à produção de empatia e como uma porta para a autorreflexão, tem sido uma rica ferramenta pedagógica para reflexões e questionamentos de temas de grande relevância, presentes no cotidiano dos estudantes. Propusemos debates provocativos, desafiando os alunos a deslocarem-se de suas realidades. Os debates oferecidos giram em torno de diferentes temáticas, com um fio condutor comum: uma proposta à auto introspecção, pelo ângulo do outro. O que abre portas e instiga à reflexão da própria subjetividade.
METODOLOGIA
A disciplina eletiva Cinejuventude foi ofertada para alunos do ensino médio do CAp (UFRGS), com 21 participantes, maioria no último ano escolar. Organizamos uma votação, desta foram escolhidos os filmes. As discussões eram iniciadas com conceitos-chave dos filmes apresentados para que os alunos expusessem as reflexões e sentimentos que surgiram ao longo das obras. Os debates tem o intuito de propiciar diferentes perspectivas das cenas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O filme Cinco Graças (Turquia, 2016) gerou um debate sobre o corpo feminino e serviu como meio de identificação de reflexos machistas no contexto das alunas. Já com “Hooligans” (Reino Unido, 2005), somado à trechos do documentário “A máscara em que você vive” (EUA, 2015), pudemos debater sobre aspectos naturalizados da construção da masculinidade, como “um lugar simbólico\imaginário de sentido estruturante nos processos de subjetivação (...) que aponta para uma ordem de comportamentos socialmente sancionados” (OLIVEIRA, 2004). Além disso, debatemos a importância da autorreflexão, como visto por Connell (1995, p.190), como “a obtenção de uma compreensão mais profunda a respeito de si próprios, especialmente no nível das emoções constituiria uma chave não apenas para a transformação das relações pessoais, mas também da sexualidade e ainda mais a da vida doméstica” (apud SOUZA, 2004, p.12). Com “Meninos não choram” (EUA, 1999) e a exposição de uma realidade violenta, abordamos a construção social de gênero, seus papéis e performances, discernindo do sexo biológico, “como uma história pessoal/cultural de significados recebidos, um conjunto de prática imitativas” (BUTLER, 2013).
CONCLUSÕES
Conclui-se que “o cinema deve ser um meio de explorarmos os problemas mais complexos do nosso tempo (...), expondo e interrogando a realidade” (TEIXEIRA e LOPES, 2003). Logo, este se transforma em ferramenta didática para melhor compreensão dos fenômenos sociais, em uma nova relação entre espaço, movimento e tempo (RODRIGUES et al, 2011. p.2). Se transformou em um meio democrático de acesso à informações, mas também sensações, cotidiano e aspectos audiovisuais. Os filmes se tornaram uma quebra de rotina, sem deixar de “estabelecer determinados nexos entre o olhar do pesquisador e os processos históricos da vida material e espiritual” (JESUS, 2011).
Palavras-chave
Referências
BUTLER, J. (2016). Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução: Renato Aguiar. 10º Edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. (Originalmente publicado em 1990).
CONNELL, Robert W. Políticas da Masculinidade. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p.185-206, jul./dez. 1995. Semestral.
JESUS, Altair Reis de. O cinema como registro histórico da sociedade. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, nº 26, 2011, São Paulo. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História –ANPUH. São Paulo: Anpuh-sp, 2011.
LOPES, José de Souza Miguel; TEIXEIRA, Inês Assunção de Castro. A Escola Vai ao Cinema. Editora: Autêntica; 2003.
OLIVEIRA, Pedro Paulo de. A construção social da masculinidade. Belo Horizonte: Editora UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ, 2004.
RIVERA, Tania. Cinema, Imagem e Psicanálise. Rio de Janeiro: Editora ZAHAR; 2008.
RODRIGUES, Sara Martin; FARIAS, Edson Silva de; FONSECA-SILVA, Maria da Conceição. O cinema por Deleuze: Imagem, tempo e memória. In: VI ENECULT - ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA, nº 6, 2010, Salvador. Anais do VI Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Salvador: Edufba, 2010.
SOUZA, Raphael Fabrício de. Meninos não choram?: A construção da masculinidade nas aulas de educação física. 2004. 49 f. Monografia (Especialização) - Curso de Licenciatura em Educação Física, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2004.