Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, III ENCONTRO DAS LICENCIATURAS REGIÃO SUL

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A INSERÇÃO DA CULTURA INDÍGENA NA ESCOLA DO CAMPO POR MEIO DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA
Janaina Delane, Jessica dos Santos, Alessandro Kominecki, Roberto Antônio Finatto

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Última alteração: 07-10-2019

Resumo


A cultura indígena é composta por uma diversidade de etnias originárias e simbólicas para a formação do povo brasileiro, com costumes, tradições e hábitos distintos da sociedade não indígena, ou seja, cada grupo tem sua forma de ver e se relacionar com o mundo. Entretanto, “[...] os indígenas se colocam, ainda hoje, como um grupo social ainda desconhecido da maior parte dos brasileiros, necessitando de políticas de inclusão que só podem ser bem-sucedidas quando a população em geral compreenda a relevância dos indígenas na sociedade nacional.” (RODRIGUES, 2016, p. 108).

Diante disso, este trabalho apresenta as atividades desenvolvidas no ano de 2019 pelos acadêmicos indígenas vinculados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) no Colégio Estadual do Campo Iraci Salete Strozak (CECISS). O CECISS está localizado no assentamento Marcos Freire, município de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná. São apresentadas as diferentes visões dos educandos do colégio sobre os indígenas e algumas ações desenvolvidas no colégio para difundir a cultura indígena e, ao mesmo tempo, mostrar como os indígenas vivem nos dias atuais.

Neste sentido, o presente trabalho ressalta a importância de os acadêmicos indígenas integrarem o PIBID, pois partem de outra realidade, e isso se torna importante para que haja a desmistificação de ideias equivocadas sobre os indígenas ainda presentes nas escolas e comunidades.

Em muitas escolas os educandos não conhecem a verdadeira história indígena e não entendem o processo de colonização. Deste modo, muitas pessoas, inclusive com formação acadêmica, ainda mantêm o preconceito com a cultura indígena e desconhecem sua importância na formação territorial do Brasil.

No caso do CECISS, a aproximação dos acadêmicos indígenas com o colégio ocorreu, inicialmente, pelas ações do PIBID e, posteriormente, com a realização do estágio curricular do curso Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências Sociais e Humanas – Licenciatura. Durante essas atividades os educandos mostraram-se curiosos em saber como os indígenas vivem atualmente e apresentaram uma visão sobre os povos indígenas que não correspondia à realidade, sobretudo da maior parte dos indígenas da região sul do Brasil.

Assim, a presença dos indígenas no colégio, enquanto bolsistas do PIBID, contribuiu para que os educandos da educação básica convivessem com os indígenas e visualizassem a sua presença em diferentes posições na sociedade. Além disso, foram organizadas apresentações culturais durante os intervalos das aulas com a apresentação de músicas e danças indígenas Kaingang e Guarani Mbya, além da socialização de relatos sobre a organização social dos indígenas. Também estão sendo planejadas oficinas pedagógicas sobre o artesanato, alimentação, entre outros elementos da cultura indígena. Entretanto, além de mostrar as particularidade da forma de viver dos Kaingang e Guarani Mbya busca-se, com as oficinas pedagógicas, apresentar as necessidades e desafios impostos aos povos indígenas na atualidade.

Os povos indígenas lutam por seus direitos, pela terra, mas acima de tudo lutam pelo direito à vida. A escola tem um papel fundamental em nossa sociedade. Portanto, cabe a ela, sendo um espaço de transmissão e produção de conhecimento, ensinar aos educandos a respeitar as diferentes culturas e romper com estereótipos em relação aos indígenas.


Palavras-chave


Escola do Campo; Educação; Inclusão social.

Referências


RODRIGUES, W. O ambiente escolar e a valorização cultural indígena, Periferia - educação cultura & comunicação, v.8, n.1, p. 106-122, jan./jun. 2016.



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