Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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BURNOUT E SAÚDE MENTAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: UMA AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO INDIVIDUAL DE ALUNOS E DOCENTES
STYLLON FERREIRA DOS SANTOS, ESPESCHIT, ISIS DE FREITAS

Última alteração: 05-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: Atualmente, transtornos mentais são responsáveis por um crescente e importante número de afastamentos, realidade comum a docentes e discentes do ensino superior. Esses transtornos culminam em graves riscos para a saúde mental, podendo levar ao Burnout, um estado extremo de estresse e desgaste mental, físico, e falha tornando o indivíduo inoperante. OBJETIVO: Avaliar como as atividades acadêmicas e de docência podem afetar a saúde mental em uma Universidade Federal do sudeste, e identificar indícios de que isso possa resultar em Burnout. MATERIAL E MÉTODOS: Foi conduzido um estudo transversal e descritivo, com a comunidade acadêmica da Universidade Federal de Juiz de Fora, campus avançado Governador Valadares. O instrumento de coleta de dados foi o questionário Copenhagen com adaptações, enviado aos participantes via plataforma eletrônica, explicitando o caráter voluntário e anônimo da participação. RESULTADOS: Para docentes, o número de participantes foi de 30. O Ambiente laboral, atividades administrativas e processo de ensino, bem como variáveis intrínsecas ao indivíduo e seu círculo de apoio familiar social influenciam a vulnerabilidade e resistência ao estresse. Esses fatores contribuem para a percepção de como as experiências da atividade laboral, atuam sobre a saúde e/ou desempenho do trabalhador predispondo os profissionais à exaustão relatada por 37% (n=11) dos participantes no aspecto físico, 53% (n=16) mental e 43% (n=13) emocional. Já para o questionário respondido pelos alunos, o número total de participantes foi de 283, e a amostra constitui-se majoritariamente de indivíduos jovens, sendo a maioria do curso da saúde. Sobre a exaustão relacionada às atividades acadêmicas, 72% (n=204) dos alunos relataram se sentirem sempre ou frequentemente cansados para realizar suas atividades acadêmicas. Desses, 70% (n= 197) se sentem sempre ou frequentemente esgotados ao fim de um dia de aula e ainda, 49% (n=138) se sentem, fisicamente, 81% (n=230) mentalmente e 68% (n=192) emocionalmente exaustos. Segundo o modelo de Burnout de Maslach, a Exaustão Emocional é a primeira dimensão ser percebida no aparecimento da síndrome e, no presente grupo, essa encontra níveis consideráveis, podendo ser um indicativo de que a Síndrome de Burnout pode se manifestar futuramente. CONCLUSÃO: O presente estudo aponta para uma complexidade de variáveis que se constituem em indicadores de que Síndrome de Burnout, que pode se manifestar, tanto para aqueles que estão no processo de formação quanto para aqueles na carreira docente. Essa configuração é consequência das crescentes exigências e demandas, tanto qualitativamente quanto quantitativamente às quais a população acadêmica está submetida.Foram encontrados dados que sugerem médias elevadas em Exaustão e Descrença por parte dos alunos e docentes e eventual sentimento de ineficácia Profissional, que são indicativos de Burnout.

Palavras-chave


Esgotamento Psicológico; Saúde Mental; Esgotamento Profissional;