Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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ESTRESSE E QUALIDADE DE VIDA DE TRABALHADORES DE ENFERMAGEM EM SETORES CRÍTICOS
NATÁLIA VIANA MARCONDES DA SILVA, RAFAEL DA SILVA SOARES, ENÉAS RANGEL TEIXEIRA, JORGE LUIZ LIMA DA SILVA, GIULIA LEMOS DE ALMEIDA

Última alteração: 05-10-2020

Resumo


Introdução: o trabalho é fonte de realização pessoal, assim como pode trazer problemas à saúde, devido à organização laboral. As formas de adoecer dos trabalhadores estão se remodelando, o que exprime o crescimento de doenças e manifestações de sofrimento relacionadas, como o estresse. O estresse no trabalho, segundo o modelo de Karasek, envolve duas dimensões, demanda e controle. A demanda são as exigências do trabalho de natureza psicológica, de tempo, produtividade, velocidade e cobranças. O controle é visto como a autonomia do trabalhador. Objetivo: descrever características de estresse e fatores relacionados à saúde de trabalhadores de enfermagem de hospital municipal. Material e método: estudo epidemiológico, seccional com amostra composta por 85 profissionais de enfermagem de setores de terapia intensiva. Foi utilizado questionário estruturado, contendo a Job Stress Scale avaliando o estresse, e o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) que mede transtornos mentais comuns (TMC). A coleta de dados ocorreu em 2018. Foi realizada análise estatística descritiva com medidas de tendência central, de dispersão. Resultados: a média de idade da amostra foi de 48 anos, com 47 (55,3%) indivíduos acima da média; 62 (72,9%) mulheres; 39 (45,9%) mestiços. A renda média familiar encontrada ficou entre quatro e cinco salários mínimos, com 66 (77,6%) profissionais acima dessa média; 53 (62,4%) possuíam ensino superior completo. Quanto aos hábitos de saúde, 74 (87,1%) dos participantes não era fumante; não etilista 64 (75,3%); dedicava tempo ao lazer 59 (69,4%); 54 (63,3%) eram sedentários. Em relação a morbidades, 34 (40%) referiram hipertensão arterial sistêmica, 07 (8,2%) diabetes. Sobre o estresse, encontrou-se mediana de 11 para demanda, e 13 para controle. Quanto a características do estresse, se descartaram o trabalho ativo (alta demanda e alto controle) com 44 participantes (51,8%), e baixa exigência (baixa demanda e alto controle) com 38 (44,7%). A prevalência de suspeição de TMC foi de 21 (24,7%). Nas análises bivariadas, houve associação entre hipertensão arterial e aqueles acima da média de 48 anos de idade, 25 (prevalência =53,19%; p=0,031); com renda inferior à média 24 (prevalência= 63,15%; p=0,037); e entre aqueles que não possuíam lazer 21 (prevalência=57,70%; p=0,057). Identificou-se associação entre TMC e quem apresentou demanda alta no trabalho 14 (prevalência=35,00%; p=0,038) e aqueles sem lazer 10 (prevalência =38,46%; p=0,51). Conclusão: é necessário adotar medidas preventivas de promoção da saúde física e mental, a fim de evitar prejuízos desnecessários ao profissional e à sua qualidade de vida.

Palavras-chave


Promoção à saúde mental; saúde do trabalhador; equipe de enfermagem;