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AVALIAÇÃO DA DISPENSAÇÃO DE ANTIDEPRESSIVOS EM UM MUNICÍPIO DO OESTE DO PARANÁ ENTRE 2015 E 2017
Última alteração: 05-10-2020
Resumo
Introdução: O fornecimento e distribuição de psicotrópicos são elementos importantes para um sistema de saúde. Estes medicamentos podem ser usados para tratar sintomas de transtornos mentais, reduzir a incapacidade causada pela doença e prevenir recidivas. Os antipsicóticos, antidepressivos (AD), estabilizadores do humor, ansiolíticos e antiepiléticos compõem as principais categorias de medicamentos psicotrópicos. A depressão uma doença prevalente no contexto atual e consequentemente seu tratamento farmacológico. Estudos internacionais mostram um aumento considerável na prescrição e dispensação de fármacos AD. O número de óbitos por overdose ou tentativas de suicídio, por meio da utilização destes também cresceu nos últimos anos. Políticas de saúde e medidas coletivas só podem ser tomadas a partir do conhecimento da realidade local, incluindo o consumo dos diferentes tipos de medicamentos. Objetivo: Avaliar a dispensação de AD no município Capitão Leônidas Marques, no interior do Paraná. Material e métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo realizado no município de Capitão Leônidas Marques, Paraná, Brasil. Os dados foram obtidos a partir dos relatórios trimestrais de medicamentos psicotrópicos submetidos a controle especial pela Portaria 344/98 do MS, da rede privada (farmácias) e pública (SUS e Hospital), fornecidos pela vigilância sanitária (valores pertencentes ao período de Janeiro de 2015 à Dezembro de 2017). A discussão foi feita por meio do valor da dose diária definida (DDD - dado que leva em consideração a população local, a quantidade dispensada e um valor pré-estabelecido pela OMS). O projeto teve aprovação do comitê de ética sob CAAE 94738118.8.0000.5219. Resultados: Durante o período estudado houve um aumento de 11,6% na dispensação de AD, sendo a rede pública (SUS) responsável por 99% deste total. De todos os psicotrópicos registrados (dispensados) no período, os AD representaram 55,3% do total, sendo a amitriptilina o mais frequente. A saída de amitriptilina, sofreu um aumento de 10% durante o período estudado, e durante todo o estudo foi superior ao indicado pela OMS. O segundo AD mais dispensado foi a fluoxetina seguida pelo escitalopram, sendo que, durante o período houve um aumento de 63% na dispensação do último. Durante todo o período estudado, estes dois também apresentaram DDD superiores ao recomendado. Considerações finais: A quantidade dispensada sugere um consumo excessivo de AD nesse município, sendo assim, é de suma importância ter uma prescrição racional dessas substâncias e um acompanhamento dos usuários. O estudo sugere que, embora haja acesso aos medicamentos, demais estudos devem ser conduzidos no sentido de avaliar a efetividade terapêutica, as discrepâncias farmacológicas e os motivos que levam ao consumo alto e crescente de AD nesta população.
Palavras-chave
Farmacoepidemiologia; Antidepressivos; Farmacovigilância