Tamanho da fonte:
BURNOUT ENTRE DOCENTES DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS E LINGUÍSTICA DO SUDESTE BRASILEIRO
Última alteração: 05-10-2020
Resumo
Introdução: Os docentes de pós-graduação desempenham cotidianamente numerosas atividades profissionais que demandam muitas horas diárias com intenso esforço mental, físico e emocional. Esse excesso de trabalho pode favorecer o desenvolvimento do burnout, uma síndrome caracterizada por cansaço acentuado, sentimentos de cinismo e desapego do trabalho, e falta de realização profissional. Diante da incipiência da produção científica sobre essa temática nesta população, e que embase intervenções, este estudo objetivou verificar a síndrome de burnout entre docentes de pós-graduação de Letras e Linguística. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com uma amostra de 204 docentes de Programas de Pós-Graduação em Letras e Linguística de universidades brasileiras localizadas na Região Sudeste do Brasil. Os dados foram coletados por meio de um questionário semiestruturado de caracterização sociodemográfica e de condição de vida dos participantes e o Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey para avaliar o burnout. Os docentes foram convidados a participar do estudo por e-mail entre março e julho de 2019. Os dados foram analisados no Statistical Package of Social Sciences (20.0) e as associações verificadas pelo teste exato de Fisher, considerando p<0,05. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa, conforme Parecer n.º 2.347.839. Resultados: A prevalência de síndrome de burnout foi de 4,9%, de alta exaustão emocional de 49%, despersonalização, 10,3%, e baixa eficácia profissional, de 25,5%. A exaustão emocional foi associada aos docentes da faixa etária de 29 a 49 anos (p<0,001), sem relacionamento conjugal (p=0,046), sem filhos (p<0,001), inativos fisicamente (p=0,006), com percepção ruim de qualidade de vida (p<0,001), com poucas oportunidades de lazer (p<0,001) e insatisfeitos com o sono (p<0,001). A baixa eficácia profissional foi associada aos docentes da faixa etária de 0 a 49 anos (p=0,041), sem filhos (p=0,037), com qualidade de vida ruim (p=0,007) e insatisfeitos com o sono (p=0,009). Nenhuma das características avaliadas se associou com a despersonalização. Conclusão: A síndrome de burnout esteve associada às características sociodemográficas e de condições de vida.
Palavras-chave
Descritores: Esgotamento Psicológico; Educação de Pós-Graduação; Docentes;