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ACIDENTES COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO ENTRE GRADUANDOS DE ODONTOLOGIA
Última alteração: 05-10-2020
Resumo
Introdução: Os estudantes de Odontologia desenvolvem suas atividades acadêmicas em situações que os expõem a potenciais riscos de envolvimento em acidentes com material biológico. Além da capacitação para o desenvolvimento de aptidões e destreza durante o ensino clínico, é importante a adoção de práticas seguras e preventivas, propiciando um adequado ambiente de aprendizagem e a formação de profissionais mais conscientes. Objetivos: Avaliar a prevalência de acidentes com exposição a material biológico (AEMB) entre graduandos do curso de Odontologia de uma universidade pública do sul do Brasil e descrever as características destas ocorrências. Material e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e transversal. Para a coleta de dados, realizada entre junho e julho de 2018, utilizou-se um questionário autoexplicativo, aplicado a acadêmicos de Odontologia de todos os períodos do curso. Este instrumento de pesquisa foi elaborado com base nas informações da ficha de notificação de Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), complementado com particularidades inerentes à prática odontológica. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná, mediante o Parecer Consubstanciado 2.646.802. Resultados: O questionário de pesquisa foi respondido por 359 acadêmicos de Odontologia, correspondendo a uma taxa de resposta de 86,1% do total de 417 alunos matriculados no referido curso, na época da avaliação. Quatro questionários foram excluídos pois apresentavam mais da metade das perguntas sem resposta, o que totalizou 355 questionários elegíveis e incluídos na amostra. Dentre os participantes, 45 (12,7%) acadêmicos relataram a ocorrência de pelo menos um AEMB, sendo a agulha de anestesia apontada como o instrumento mais envolvido em tais situações (46,7%). Quarenta e dois AEMB (93,3%) ocorreram com mulheres e a faixa etária mais frequente foi >21 anos (68,9%). Entre os acidentados, 44,4% (n=20) afirmaram que não notificaram o AEMB, não obedecendo ao fluxo de atendimento pós-exposição. Trinta e um alunos (68,9%) referiram não estar recebendo supervisão direta quando da ocorrência do incidente. Para o questionamento referente ao uso de equipamento de proteção individual (EPI), no momento do acidente, 84,4% (n=38) alegaram estar usando de maneira adequada. Quanto à provável causa do AEMB, 33,3% (n=15) atribuíram ao fato de estarem com pressa e 31,1% (n=14) à falta de habilidade para a realização dos procedimentos clínicos. Considerações finais: A caracterização do perfil dos acadêmicos acidentados e das ocorrências é essencial para se estabelecer medidas preventivas e de monitoramento, pois permite identificar os sujeitos, o local e as circunstâncias, bem como, fornece ferramentas que contribuem para a compressão dos fatores envolvidos.
Palavras-chave
Exposição Ocupacional; Estudantes de Odontologia; Prevenção de Acidentes;