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Introdução: Acidente de trabalho grave típico é um evento súbito ocorrido no trabalho, que causa mutilação física ou funcional, acarretando em perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho, comprometimento grave da saúde do trabalhador podendo evoluir para o óbito. Por acometer um contingente elevado da população expressam um problema de saúde pública. Traumatismos em mãos quando comparados a outras regiões do corpo, têm maior impacto na vida cotidiana do trabalhador, pois por mais leves que sejam causam afastamento do trabalho, limitações para as atividades da vida diária e nos casos de mutilações podem desencadear danos de ordem psíquica e social, os quais interferem diretamente na situação econômica e qualidade de vida individual e familiar.
Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico dos acidentes de trabalho graves típicos envolvendo as mãos no município de Curitiba.
Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, baseado em dados secundários obtidos do banco de dados do Sistema de informação de agravos de notificação (SINAN) no período de 01/01/2013 a 31/12/2017 no município de Curitiba, disponibilizados pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador. A amostra foi constituída por trabalhadores de ambos os sexos, de 14 anos ou mais que sofreram acidentes de trabalho graves típicos envolvendo as mãos no período de 01/01/2013 a 31/12/2017 que foram notificados no SINAN no município de Curitiba. Foram selecionadas 28 variáveis relacionadas a dados gerais, ao trabalhador, a empresa, aos acidentes, ao atendimento médico e a conclusão do caso. Os dados foram processados pelo programa Microsoft Excel e exportados para o software Epi Info, através do qual foram consolidadas as análises.
Resultados: O perfil dos trabalhadores acidentados foi de jovens com idade entre 19 e 29 anos (36,1%); do sexo masculino (83,9%); de cor branca (62,4%); com ensino médio completo (17,3%); moradores de Curitiba (69,3%); trabalhadores da produção de bens e serviços industriais (36,7%); com menos de 1 ano na ocupação (29,6%); com registro em carteira (60,2%); a lesão mais frequente foi fratura ao nível do punho e mão (46%); a maioria (91,2%) necessitou de regime de tratamento hospitalar; 89,4% sofreram incapacidade temporária e em 87,6% dos casos houve emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho.
Considerações Finais: Apesar de ter sido criado para orientar as ações de Vigilância em Saúde nos diferentes níveis do Sistema Único de Saúde, as informações obtidas não permitiram elucidar diversas dimensões da real situação dos acidentes de trabalho graves típicos envolvendo as mãos, no município em questão. Torna-se necessário melhorar o processo desde o preenchimento das fichas até a implantação dos dados no sistema e análise de completude e consistência dos mesmos.

Acidentes de trabalho graves; traumatismos da mão; vigilância em saúde do trabalhador