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Introdução: Lesão medular é o acometimento da medula espinhal que acarreta em perda da função motora e sensitiva abaixo do nível da lesão. É uma das condições crônicas da atualidade que gera impacto importante na esfera pessoal e social, alterando de forma permanente o envolvimento e a participação social e afastando o indivíduo, temporária ou definitivamente, de suas ocupações. No Brasil, 45 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência, representando 23,6% da força de trabalho nacional. Estima-se que destes, 55% não possuem vínculos de trabalho, reforçando as condições de fragilidade e desigualdade experimentadas pelas pessoas com deficiência e limitando ainda mais a sua inserção e participação social. Compreender este processo de exclusão do trabalho busca produzir subsídios para resgatar, para esta população, o desempenho de uma atividade produtiva como fonte de saúde e da expressão de suas potencialidades. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre a temática do retorno ao trabalho das pessoas com diagnóstico de lesão medular, identificando as dificuldades, complexidades e possibilidades deste processo. Material e métodos: Realizou-se revisão de literatura, referente aos últimos dez anos, com busca nas bases de dados LILACS, PubMed e Portal BVS, utilizando os descritores: "Spinal Cord Injuries" e "Return to Work". Foram selecionadas as publicações que atendiam ao objetivo de sintetizar a produção científica atual acerca do tema estudado. Resultados: A pesquisa nas bases de dados citadas anteriormente resultou em um total de 133 artigos. Destes, foram excluídas 43 publicações que não contemplavam o tema estudado. Outros 46 artigos foram excluídos por serem duplicados. Obteve-se um total de 44 publicações como resultado final. Apenas dois destes artigos selecionados são produções científicas nacionais; os demais foram publicados na língua inglesa e em periódicos internacionais. Dentre as publicações analisadas, os estudos transversais e descritivos demonstram que no Brasil, em geral, uma taxa inexpressiva dos indivíduos retorna ao trabalho após a lesão medular com vínculos formais de emprego. Os que retornam ao trabalho geralmente não realizam a mesma função anterior à lesão, sendo mais prevalentes as atividades informais para garantia da subsistência e da renda familiar. Ressalta-se que este tipo de vínculo proporciona remuneração mais baixa comparada ao trabalho formal, além de não possuir regulamentações e garantias legais. Considerações finais: Com a revisão de literatura foi possível observar a escassez de estudos e publicações sobre o tema, principalmente no âmbito nacional. Evidencia-se a necessidade de novas pesquisas para a produção de conhecimento, considerando as condições singulares e particulares desta população determinadas pela estrutura produtiva da sociedade brasileira.

Traumatismos da Medula Espinal; Retorno ao Trabalho; Saúde do Trabalhador;