Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E RISCO CARDIOVASCULAR DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE INDÍGENA EM UMA REGIÃO DO MATO GROSSO DO SUL
RENATA DE MATOS VICENTE, CAIO GUSTAVO SIMONELLI, FABIANA CASAGRANDA, JULIANA MARA ELORA MARQUES, NAIARA FERRAZ MOREIRA, VERÔNICA GRONAU LUZ

Última alteração: 05-10-2020

Resumo


Introdução: O excesso de peso está associado ao aumento da morbimortalidade nos indivíduos, principalmente no que se refere às doenças cardiometabólicas. Pesquisas nacionais apontam para uma evolução crescente do excesso de peso e indicam que mais da metade da população brasileira está acima do peso. Os profissionais de saúde também estão sujeitos ao desenvolvimento de tais doenças e na literatura não existem dados amplamente disponíveis sobre a investigação dessas condições em profissionais de saúde indígena no país. Objetivo: Identificar o estado nutricional e o risco para desenvolvimento de doenças cardiometabólicas entre profissionais de saúde indígena do Polo Base de Dourados, Mato Grosso do Sul. Material e Métodos: Trata-se de uma pesquisa transversal realizada com todos os profissionais de saúde que atendiam diretamente os povos indígenas na atenção primária à saúde sob a cobertura do Polo Base de Dourados, que aceitaram participar e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A avaliação antropométrica foi feita por pesquisadores treinados, entre fevereiro e março de 2020, no Polo Base e nas Unidades Básicas de Saúde Indígena. O peso, a altura e a circunferência da cintura foram aferidos conforme as recomendações do Ministério da Saúde. Para definir o Índice de Massa Corporal (IMC) foi utilizado o peso (Kg) e a altura ao quadrado (m²). Para gestantes foi utilizado o peso pré-gestacional referido e não foi mensurada a circunferência da cintura. Esta última medida também foi tomada somente na população adulta, já que não há tal parâmetro para idosos. A classificação do IMC para adultos seguiu os critérios definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (1995) e para idosos utilizou-se os parâmetros da Organização Pan-Americana da Saúde (2002). Já a categorização da circunferência da cintura foi realizada conforme a OMS (2000). O estudo foi aprovado na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resultados: A pesquisa foi realizada com a maioria dos trabalhadores (n=102; 80,5%) e só não atingiu a totalidade (n=126) pela suspensão da coleta de dados devido à pandemia pelo Covid-19, já que não houve recusa. Pelo IMC, 77,4% dos trabalhadores apresentaram excesso de peso, sendo 44,1% sobrepeso e 33,3% obesidade; e apenas 22,6% estavam eutróficos. Com relação à circunferência da cintura, 31,6% dos profissionais não apresentaram risco, 22,1% evidenciaram risco alto e 46,3% demonstraram risco muito alto para desenvolvimento de doenças cardiometabólicas. Conclusões: A grande maioria dos profissionais apresentou excesso de peso e algum risco para desenvolvimento de doenças cardiometabólicas. Diante disso, independentemente de lidar com a saúde de modo cotidiano e ter mais informações disponíveis, por meio do estudo e trabalho, fica evidente que os profissionais de saúde indígena também seguem a mesma tendência nacional, caracterizada pelo excesso de peso e risco cardiovascular.

Palavras-chave


Pessoal de Saúde; Saúde de Populações Indígenas; Atenção Primária à Saúde