Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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DESAFIOS DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE PARA O RECONHECIMENTO DO TRABALHO INFANTIL
NOELIA KALLY MARINHO DE SOUSA, VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA, DAIANA KLOH KHALAF, EDUARDA JASKIU

Última alteração: 05-10-2020

Resumo


Introdução: O Agente Comunitário de Saúde é um dos profissionais da Estratégia de Saúde na Família fundamentais para a identificação do trabalho infantil por residir na área da comunidade em que atua, estando incumbido de desenvolver ações individuais e coletivas em conformidade com os princípios do SUS. Objetivo: Identificar a percepção dos Agentes Comunitários de Saúde acerca do trabalho infantil no território da unidade de saúde em que exerce suas atividades laborativas. Material e Métodos: Pesquisa exploratório- descritiva com abordagem qualitativa, feita em oito unidades de saúde de um município da região Sul do Brasil. A coleta de dados foi feita de abril a agosto de 2019, por entrevistas semiestruturadas, com 19 agentes comunitários de saúde. As unidades de saúde pesquisadas foram selecionadas de acordo com o Índice de Vulnerabilidade das Áreas de Abrangência das Unidades Municipais de Saúde - IVAB, todas classificadas com alta vulnerabilidade. Foram entrevistados agentes comunitários de saúde que desenvolvem atividades de trabalho em tempo igual ou superior a um ano nas unidades de saúde selecionadas. Utilizou-se a análise do conteúdo categorial temático, da qual emergiram quatro categorias: Reconhecimento do trabalho infantil no território; Atuação da equipe de saúde frente ao trabalho infantil na percepção do agente comunitário; Atenção integral à criança e ao adolescente na atenção primária à saúde; e Ausência do Estado no enfrentamento ao trabalho infantil. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Paraná e do município onde o estudo foi desenvolvido. Resultados: O trabalho infantil foi expresso pelos participantes como uma atividade de ajuda aos pais. A concepção referida mostra que o trabalho forma o caráter do ser humano, explicitando sua determinação social. O enfrentamento do trabalho infantil, na visão do agente comunitário de saúde, ocorre pela informação a seus superiores, mas o agente comunitário desconhece os encaminhamentos dados, inclusive, pela rede de proteção. A atenção integral às crianças é preconizada na faixa etária de zero a dois anos de idade, ocorrendo de forma pontual, em sua maioria, para o atendimento às necessidades de ordem biológicas de saúde. Algumas crianças e adolescentes participam de organizações não governamentais, limitadas em detrimento do limite de vagas. Observa-se ausência do Estado no acompanhamento e atendimento a este público. Considerações Finais: Considera-se que há necessidade de capacitação para os agentes comunitários visando ao aprimoramento da identificação do trabalho infantil no território, de ações organizadas intersetorialmente e da presença efetiva do Estado no atendimento a crianças e adolescente em situação de vulnerabilidade, efetivando a atenção integral em saúde.

Palavras-chave


Profissionais de Saúde; Saúde Pública; Atenção Primária à Saúde;