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FATORES ASSOCIADOS A MORTALIDADE PERINATAL NO ESTADO DO PARANÁ.
Última alteração: 05-10-2020
Resumo
Introdução: Mortalidade Perinatal é composta por óbitos fetais e neonatais precoces, ou seja, ocorridos a partir da 22ª semana de gestação intraútero, somado ao de nascido vivo até o sexto dia de vida completo, independente da idade gestacional do nascimento. Objetivo: Identificar os fatores associados a Mortalidade Perinatal, como subsídio para gestão local de política pública de saúde regida pelas diretrizes da Rede Cegonha. Material e Métodos: Estudo transversal analítico, realizado em 2014, no Paraná, que é composto por 399 municípios que organizam seus serviços de saúde em 22 Regionais de Saúde (RS), considerando a lógica das Redes de Atenção à Saúde. Utilizou-se dados secundários disponibilizados pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) para a coleta da variável dependente, o óbito perinatal, filhos de mulheres residentes no Paraná. Bem como, o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) para a coleta das variáveis independentes, à saber: idade e escolaridade materna; história obstétrica de filhos vivos e mortos; tipo de gravidez; sexo; peso; idade gestacional; e tipo de parto. Para os fatores associados foi aplicado o teste qui-quadrado, com Intervalo de Confiança de 95% e Nível de Significância de 5%, considerando significância quando p<0,05. As ferramentas utilizadas foram Microsoft Office Excel® para tratamento dos dados, o RStudio© para a análise das variáveis independentes. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o Parecer n° 362.767. Resultados: Ocorreram 2.328 óbitos perinatais, 63% das mães tinham entre 20 a 34 anos, 60% delas com 8 anos ou mais de estudo, 82% com história até dois filhos vivos e, 59% não tiveram perda fetal em gestação anterior. Cerca de 88% foram nascimentos vaginais, com 54% do sexo masculino, 72% de prematuros e 74% apresentaram baixo peso (74,4%). Houve diferença do tipo de óbito relativo ao peso, a saber: para o óbito fetal, contabilizou-se maior proporção de baixo peso entre 1.000 a 2.499g (40,3%), quando comparado ao neonatal precoce que foi predominante em menores de 1.000g (41,2%). Como destaque analítico apenas para as variáveis independentes escolaridade materna (p=0,016) e peso (p=0,000). A variável ocupação materna apresentou baixa completude, com mais de 50% dos dados não analisados inferencialmente. Conclusão: A escolaridade materna inferior a 8 anos e o baixo peso apresentam-se como fatores associados ao óbito perinatal no estado do Paraná. Sugere-se a manutenção da investigação dos óbitos, pelos Comitês de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal, sobretudo dos fetais, os com baixo peso e os filhos de mães com baixa escolaridade. Portando, investimentos para ampliação do acesso aos exames e tratamentos de doenças durante a gestação pode possibilitar maior qualidade no atendimento pré-natal e parto, bem como ações de educação em saúde para as gestantes e puérperas, ampliando o autocuidado.
Palavras-chave
Mortalidade Perinatal; Saúde Materno-Infantil; Gestão em Saúde;