Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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MORTALIDADE PERINATAL COMO SUBSÍDIO PARA A GESTÃO DA SAÚDE MATERNA E INFANTIL
MICHELLE THAIS MIGOTO, RAFAEL PALLISSER DE OLIVEIRA, MICHELLE THAIS MIGOTO, MÁRCIA HELENA DE SOUZA FREIRE

Última alteração: 05-10-2020

Resumo


Introdução: O indicador de Mortalidade Perinatal estima o risco de um feto ir a óbito, ou se nascendo vivo, morrer ainda na primeira semana de vida. Desta forma, permite a avaliação da qualidade da assistência no atendimento pré-natal, parto, nascimento e atendimento ao recém-nascido. Objetivo: Analisar a série história da Mortalidade Perinatal para a formulação de evidências científicas que subsidie a tomada de decisão na gestão da política pública de saúde regida pelas diretrizes da Rede Cegonha. Material e Métodos: Estudo transversal realizado entre os anos de 2006 a 2014, organizado em dois triênios (1° Triênio de 2006 a 2008; 2° Triênio de 2009 a 2011; e 3° Triênio de 2012 a 2014) para minimizar variações do cálculo da Taxa de Mortalidade Perinatal (TMP). Esta consiste na razão entre o número absoluto dos óbitos perinatais, de mulheres residentes no Paraná, que ocorreram entre a 22ª semana de gestação até o sexto dia de vida, dividido pelo total dos nascidos vivos somados aos óbitos fetais. Foram utilizados dados secundários do Sistemas de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Nascidos Vivos (SINASC). O local de estudo compreendeu o estado do Paraná, composto por 399 municípios, que organiza seu sistema de saúde e serviços em 22 Regionais de Saúde (RS), considerando a lógica das Redes de Atenção à Saúde. Esta pesquisa atendeu às recomendações da Resolução n° 466 de 2011, foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Paraná, sob o Parecer n. 362.767, em 2013, bem como pelo Comitê de Ética da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Resultados: a TMP no 3° Triênio foi de 14,3 óbitos por mil nascidos vivos, durante todo o período o componente Fetal foi superior ao Neonatal Precoce. Foi observada redução da TMP de 11,7% em todo o estado, variando entre 3,9% na 11ª RS-Campo Mourão a 26,7% na 14ª RS-Paranavaí. No estado, o componente Fetal apresentou redução de 7,7% e o Neonatal Precoce de 18,1%. Não houve aumento da TPM para nenhuma RS, entretanto a 18ª RS-Cornélio Procópio, a 16° RS-Apucarana e a 22ª RS-Ivaiporã apresentaram elevação dos óbitos fetais em 20,8%, 10,2% e 4,9%, respectivamente. Conclusão: o estado do Paraná apresentou redução da Mortalidade Perinatal, com comportamento lento e gradativo, com maior ocorrência para óbitos fetais quando comparados ao Neonatal Precoce. A produção destas evidências sugere necessidade de investimento no atendimento pré-natal e ao parto, sobretudo nas RS que apresentam aumento de óbitos fetais. Portanto, a alocação de recursos financeiros para ampliar o acesso aos exames diagnósticos e tratamento de doenças na gestação permitirá melhorar a qualidade da assistência perinatal, e por conseguinte, a continuidade da redução da Mortalidade Perinatal, favorecendo a gestão do sistema de saúde na esfera estadual.

Palavras-chave


Mortalidade Perinatal; Saúde Materno-Infantil; Gestão em Saúde;