Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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VULNERABILIDADE DOS POVOS ORIGINÁRIOS DIANTE DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS
ZIEL DOS SANTOS MENDES, VIVIANE MARTHA SANTOS MORAIS, HIGOR CAMPOS RODRIGUES OLIVEIRA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: A vulnerabilidade dos povos nativos torna-os fragilizados diante da condição grave para a COVID-19, ocorrendo mortalidade alta em muitos casos, principalmente devido a falta de assistência específica para os povos originários. Nesse contexto, é fundamental dar visibilidade a situação da desvantagem socioeconômica e de saneamento básico, além da frágil saúde mental enfrentada durante o distanciamento social. Objetivos: Evidenciar a vulnerabilidade dos povos originários em relação a saúde mental-física, na pandemia da COVID-19, e suas medidas de controle. Material e Métodos: Revisão bibliográfica sobre a situação vulnerável que os povos originários estão enfrentando durante a quarentena que modificou suas práticas coletivas e socioculturais, desde a luta para curar-se dos sintomas com sua farmácia viva até as mudanças diante das inúmeras perdas, pela decadência de vida ou precarização dos serviços de saúde às comunidades. Essa pesquisa científica reuniu informativos da cartilha FIOCRUZ-Brasília e do Ministério da Saúde, acerca da vivência dos nativos na pandemia. Resultados: A pesquisa literária colabora para a afirmação de que os “donos da Terra” são mais propensos a infectar-se por enfermidades humanas. Desde a violação dos seus territórios que, por conseguinte, foi porta de entrada para a disseminação de patologias, como a COVID-19 com alto grau de contágio. Esse pensamento reforça a ideia de que as iniquidades sociais revelam a má qualidade de vida que um grande público enfrenta no Brasil, destacando os povos que são raízes do povo brasileiro. Estes sofrem pela distância aos centros de saúde capacitados ao combate da pandemia, esvaziam sua cultura quando isolam-se das cerimônias de cura espiritual, xamanismo, danças, rezas, cantorias, colheitas, interações coletivas interrompidas como medidas de contenção ao SARS-CoV-2 seguindo as normas da ANVISA. Essa modificação do padrão de vida desequilibra a saúde psicossocial e gera índices de suicídio local, piorando a situação da mortalidade regional. O boletim epidemiológico da SESAI (Secretaria Especial da Saúde Indígena), apresenta 237 óbitos pela COVID-19 no Brasil, com destaque para o Alto Rio Solimões com 28 mortes, localizado na região norte marcada pelo saneamento básico negligenciado, de acordo com a apuração dos dados no dia 22/07/2020 pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Considerações Finais: Admite-se, portanto, que as desvantagens psicossociais, requerem resistência de um povo que luta em movimentos para a criação de leis como a n° 9.836/99 que incorporou o Subsistema de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (SASI) no SUS, advindo das exigências feitas pela minoria e sanitaristas. Além disso, deve-se reconhecer que a má qualidade de vida é peça chave para inúmeras condições desfavoráveis, em especial a COVID-19 pelo seu impacto alarmante no índice de mortalidade.

Palavras-chave


Iniquidade Social; Povos Indígenas; Saúde Mental;