Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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A SAÚDE DA POPULAÇÃO TRANS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL
AMANDA DE CASSIA AZEVEDO DA SILVA, ANELISE MONTAÑES ALCÂNTARA, DANIEL CANAVESE DE OLIVEIRA, MARCOS CLAUDIO SIGNORELLI

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: Este estudo pretende visibilizar as demandas de atenção e cuidado à saúde da população trans (travestis, transexuais e transgêneros) evidenciando as hierarquias de raça, classe, gênero e de sexualidade. Essas identidades não podem ser tomadas de maneira homogênea e simplificada. Elas contêm uma polissemia que não pode ser restrita a uma determinada conformação. Podem ser percebidas como palavras vivas aptas a assumir novos sentidos. Objetivo: Tem como objetivo problematizar a saúde da população trans no Estado do Paraná por meio de narrativas de trabalhadoras do SUS. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa comprometida com a teoria e com a prática feminista com abordagem qualitativa realizada no período de agosto a outubro de 2018. Participaram da pesquisa 3 gestoras e 5 profissionais da saúde da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA) por meio de entrevistas semiestruturadas. Foram estabelecidos dois eixos de investigação: acesso da população trans à atenção integral à saúde e ações de promoção e vigilância em saúde. Resultados: permanece a exclusão e marginalização de corpos trans na Rede de Atenção à Saúde, sobretudo, na atenção primária à saúde. Esses circuitos de exclusão afetam as ações e serviços de saúde no cuidado a população trans. Embora possa ser percebida como um avanço a organização de um serviço ambulatorial como uma política transespecífica, esse segue funcionando pautado no poder médico e patologizante de corporalidades e de identidades de gênero dissidentes. Considerações finais: ao introduzir uma epistemologia feminista pode-se evidenciar as relações de poder e o controle dos corpos que ainda seguem hierarquizando, inferiorizando e patologizando corporalidades e identidades de gênero a partir do “genital” e do biológico. Esses pensamentos e ações sexistas e misóginos implicam em desafios na atenção e no cuidado à saúde da população das travestis, das/os transexuais e das pessoas transgêneras e no tocante aos direitos humanos de (re)existir.

Palavras-chave


Política pública; Pessoas trans; Sistema Único de Saúde; Feminismo;