Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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FASCISMO E EUGENIA COMO GABARITO DE INTELIGIBILIDADE PARA DECIFRAÇÃO DA GESTÃO BOLSONARO DIANTE DA COVID-19
ROBSON DE OLIVEIRA, CARLA DANIELE STRAUB, AMANDA DO ROSARIO COSTA, ISABELLA ANDREOLA AUGUSTO

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução O Resumo apresentado é resultado de estudos e reflexões desenvolvidos no âmbito do PET – Interprofissionalidade – Grupo 1, que desde a declaração do estado de pandemia tem se debruçado em diferentes frentes de atuação no combate a COVID-19. Dessa maneira, o material aqui apresentado objetiva associar as respostas ofertadas pelo governo Bolsonaro ao fascismo e a eugenia e, para isso, parte da categorização das práticas de governamentalidade de orientação fascista e eugênica. O fascismo é uma política ultranacionalista e autoritária caracterizada por poder ditatorial, repressão da oposição por via da força e forte arregimentação da sociedade e da economia. Já a eugenia é uma racionalidade surgida entre o final do século XIX e início do século XX e sustenta-se na supremacia de um discurso racista dirigido aos inimigos externos da nação e aos inimigos internos que ameaçam o esplendor do Estado. Objetivo Apresentar por meio de ações, declarações e condutas do governo Bolsonaro a forma como as tendências fascistas e a racionalidade eugênica comparecem na condução da pandemia da COVID-19. Material e Método O material utilizado nesse resumo é oriundo de debates propiciados pela 1ª temporada de lives do PET- Saúde sobre a COVID-19, documentos e notícias sobre o tema. O método de pesquisa é inspirado na genealogia legada por Michel Foucault e a metodologia se apoia, principalmente, na pesquisa bibliográfica. Resultados Os resultados apontam que os discursos e práticas autoritárias do governo apresentam características fascistas em paralelo a declarações e justificativas para ações e omissões apoiadas em uma racionalidade eugênica em que prioriza a defesa da vida de certos cidadãos que a de outros em virtude da raça, classe e genes que ostentam. Considerações Finais O que se conclui é que o modelo da gestão fascista é o da batalha perpétua, quando ocorre a combinação disso com uma ameaça biológica como a da COVID-19, temos a proliferação de omissões e ações que objetivam expor a própria população, que é dispensável para esse governo, ao risco de morte. O que temos contemporaneamente é um governo que encara como ameaça as conquistas democráticas alçadas desde o processo de redemocratização da sociedade brasileira. Um dos pontos de maior tensão se daria justamente na emersão de sujeitos políticos que por serem “disgênicos” são ameaças a um tipo de esplendor do Estado que precisa se apoiar em no exemplar: homem branco, heterossexual, neofascista e cristão que estaria apto defender o Estado das suas ameaças internas (as lutas raciais, de gênero, identitárias, entre outras).

Palavras-chave


COVID-19; Fascismo; Eugenia