Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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(IN)VISÍVEIS ENTRE NÓS: PERCEPÇÃO DA VULNERABILIDADE DA POPULAÇÃO NEGRA
GIOVANA BALCEWICZ DAL BOSCO, GIORDANO PANFILIO RIZZIOLLI, JULIANNA RODRIGUES BELTRÃO, LISSA AYUMI AIHARA, SANDRA LUCIA VIEIRA ULINSKI

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: O Brasil é um país que vivencia a desigualdade social e étnico-racial e que condiciona a população negra e branca a situações, momentos e direitos desiguais. As diferenças raciais e étnicas acarretam uma disparidade em saúde, resultando na população negra pior acesso, padrões de saúde e maiores riscos à saúde do que grupos em vantagem. Objetivo: Discutir a vulnerabilidade da população negra e suas políticas públicas entre acadêmicos de Medicina. Materiais e Métodos: Trata-se de um relato de experiência a partir de revisão de literatura sobre a população negra no contexto brasileiro. Para isso, foram utilizados artigos científicos, livros, notícias, dentre outras fontes de informação. Resultados: Os principais determinantes sociais reconhecidos por impactar os processos de saúde-doença da população negra foram: serviços sociais de saúde (100%), educação (60%) e saneamento básico (40%). Especialmente, visto que, a população negra tem maior incidência de doenças como anemia falciforme, diabetes mellitus e hipertensão arterial. Além disso, constatou-se que, apesar de teoricamente bem estruturada, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra não é aplicada ou monitorada universalmente em todos os estados brasileiros. O principal impacto causado é a baixa efetividade de políticas públicas que proporcionam o efetivo acesso da população negra ao sistema público de saúde, uma vez que, a proporção de pessoas que consultaram com médico e dentista nos últimos 12 meses e mulheres que tiveram no mínimo 6 consultas de pré natal é menor na população negra em comparação à branca. Considerações Finais: A discussão acerca da saúde da população negra entre acadêmicos de medicina permite que os profissionais do setor desenvolvam um olhar diferenciado e sejam capazes de atender integralmente particularidades e necessidades em saúde da população negra, intrínsecos à seus determinantes socioeconômicos. Ademais, os aprendizados relacionados ao debate sobre os dados epidemiológicos e vulnerabilidade da população negra são fundamentais para apoiar a prática clínica e proporcionar melhores cuidados aos pacientes.

Palavras-chave


Vulnerabilidade; Políticas Públicas; Grupo com Ancestrais do Continente Africano;