Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

Tamanho da fonte: 
A IMPORTÂNCIA DO APEGO DE CRIANÇAS INSTITUCIONALIZADAS AOS ALUNOS DE MEDICINA PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROMOÇÃO EM SAÚDE ADEQUADA
ISADORA SENNA GUIMARÃES, ANA CRISTINA ROMANO MARQUEZ SOUZA, LARA MORGANA MARTINS URZEDA, JÚLIA ALCÂNTARA JUNQUEIRA MENEGHETTI, HELOISE PARANAIBA ALMEIDA DRUMMOND, CLARA PORTO DE SOUZA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


A institucionalização de crianças no Brasil é uma medida protetiva de caráter excepcional e provisória, até o retorno à família de origem ou, se impossível, conduzida para uma substituta, diante do abandono ou inviabilidade dos responsáveis em prover cuidado e proteção. Nesse sentido, a instituição torna-se uma alternativa de ambiente para o desenvolvimento saudável com segurança e afeto. Mas, esse acolhimento é instável, pois a perda de vínculos familiares resulta em menor qualidade na formação de laços afetivos. No entanto, há o apego seguro que trata da importância do desenvolvimento psicomotor na infância, já que as relações decorrem de contextos nutritivos e de bons tratos com reciprocidade entre cuidador e criança. Assim, frequentemente, crianças institucionalizadas, na falta de um elo familiar, desenvolvem esse apego aos membros do projeto de extensão que o utilizam para a promoção em saúde. Este trabalho objetiva elucidar a ocorrência do apego de crianças institucionalizadas aos estudantes de medicina. Ademais, apresenta os motivos que conduzem seu desenvolvimento, analisando como se desenvolve o círculo afetivo dessas crianças no âmbito institucional e social/escolar. Não obstante, busca reconhecer os limites da relação criança-acadêmico e exaltar como um vínculo confiável acrescenta aos alunos na realização das atividades que propõem. A coleta de dados foi realizada com crianças de 6 a 12 anos residentes da instituição, quinzenalmente, aos sábados matutinos durante 6 meses, por meio de diálogo livre e atividades lúdicas e recreativas, como culinária e pintura, a fim de promover uma educação em saúde. Posterior a visita, os acadêmicos fazem discussões e reflexões críticas sobre as atividades realizadas na Casa Lar. Como resultado, temos a relação de apego desenvolvida entre as crianças e os acadêmicos com base na confiança e proteção, o que hesita questionar a possibilidade desse vínculo mesmo com pouco contato. Nota-se que nas relações interpessoais o fator determinante é a qualidade, com isso os alunos empenham-se em estar aptos a dar o suporte educativo em saúde associado a um suprimento afetivo, discutindo assuntos pertinentes a higiene, cuidados com a saúde pública e sobre a postura social de forma acolhedora a contribuir para o crescimento educacional e pessoal. As crianças são predispostas a formar vínculos afetivos com seus responsáveis para seu conforto. Contudo, na ausência dessa figura, haverá carências nas relações subsequentes, devido ao apego inseguro sem sentimento de segurança e valorização. Assim, crianças institucionalizadas estabelecem laços afetivos observados por esse apego com os integrantes do projeto. As instituições de abrigo são a fonte de apoio social mais próxima e organizada para elas, fundamental para a manutenção da saúde coletiva, sendo necessárias constantes reavaliações no interior dos abrigos para promover um desenvolvimento saudável.

Palavras-chave


Educação em saúde; Criança institucionalizada; Vínculo afetivo