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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE GESTANTES COM SÍFILIS: CASOS NOTIFICADOS ENTRE 2017 A 2018 NO BRASIL
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
INTRODUÇÃO: A sífilis é uma doença infectocontagiosa, de caráter sistêmico, sujeita a danosas progressões. Essa infecção em gestantes requer intervenção rápida no intuito de reduzir a probabilidade da transmissão vertical. Considerando o incessante aumento dos casos de sífilis gestacional e congênita, torna-se vultoso compreender o perfil das gestantes acometidas para o desenvolvimento de planejamentos estratégicos. OBJETIVOS: Avaliar os indicadores de casos e identificar o perfil epidemiológico de gestantes com sífilis entre os anos de 2017 a 2018 no Brasil. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, seccional, com abordagem quantitativa, realizado com os casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de 2017 a 2018. A coleta de dados deu-se por análise dos indicadores e dados básicos da sífilis, nos municípios brasileiros, disponível pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde. RESULTADOS: Nos anos de 2017 a 2018 foram notificados 112.395 casos se sífilis em gestantes. O Brasil apresenta uma taxa de detecção (por 1.000 nascidos vivos) para os dois anos de 17,0% e 21,4%, respectivamente. Em relação à idade gestacional, a maioria dos casos foram notificados no 1° trimestre, com 19.792 (39,7%) em 2017 e 24.395 (39,0%) em 2018. A faixa etária de 20 a 29 anos apresentou maior prevalência nos dois anos, com 26.251 (52,8%) em 2017 e 33.677 (53,8%) em 2018. Vale ressaltar que, a faixa etária de 15 a 19 anos, nesses dois períodos, correspondeu respectivamente a 26,0% e 24,9% dos casos. A escolaridade das gestantes nos dois anos de investigação apontou prevalência de ensino médio completo, com 21.105 (18,7%) notificações e médio incompleto, com 16.794 (15,0%). Apenas 1.257 (1,1%) gestantes possuíam superior completo. Em relação à cor, em 2017 e 2018, houve 104.763 registros, excluindo as notificações com cor ignorada, sendo pardas (49,7%), brancas (29,6%) e pretas (12,4%). Já em relação à classificação clínica, 36.413 (27,4%) correspondiam à sífilis latente e 30.671 (27,4%) à sífilis primária. CONCLUSÃO: O estudo apresentou aumento dos índices de notificação de casos de sífilis em gestantes. O diagnóstico precoce da gestante e o tratamento adequado são importantes para o controle da transmissão vertical. Os dados apontam que campanhas e estratégias de educação em saúde adotadas ainda não possibilitaram a redução da incidência de casos notificados de sífilis em gestantes. Todavia, é importante conhecer o perfil das gestantes acometidas e estimular o preenchimento adequado das fichas de notificações para que os planejamentos de estratégias sejam eficazes.
Palavras-chave
Epidemiologia; Sífilis Gestacional; Gravidez