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PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DO SONO ENTRE HOMENS USUÁRIOS DO SERVIÇO ÚNICO DE SAÚDE
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
Introdução: devido às crescentes mudanças econômicas, demográficas e nos processos tecnológicos, surge a necessidade cada vez mais de uma sociedade atuante por 24 horas. Dessa forma, o homem moderno viu-se obrigado a modificar o valor dado a determinadas necessidades, dentre as quais o sono, que deixou de ser prioridade.1 Problemas de sono, como a curta duração, a sonolência diurna e a pior qualidade, estão associadas a distúrbios cardiovasculares, obesidade, diabetes mellitus, desordens psicológicas e hábitos de vida não saudáveis.2 Objetivo: descrever percepção da qualidade do sono de homens usuários do Serviço Único de Saúde de Bananal – São Paulo/Brasil e sua possível associação com fatores de estilo de vida e aspectos de saúde. Metodologia: pesquisa epidemiológica observacional, seccional. Amostra composta de 370 homens, residentes em município do interior do estado de São Paulo. Foi utilizado questionário estruturado com perguntas abertas e fechadas, contendo versão reduzida do Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). Para análise dos dados, foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences® 21. Resultados: percepção de sono ruim foi de 30%. Observou-se que os que dormiam mal estavam entre aqueles com escolaridade acima da média (p=0,006); com hobby/lazer (p=0,008); tabagista (p=0,066); consumidores de drogas (p=0,002); que realizavam poucas refeições por dia (p=0,020); consumidores de industrializados (p=0,033); com índice cintura quadril ruim (p=0,000); com hipertensão diagnosticada (p=0,006); com diabetes (p=0,007); e com dificuldades de acesso aos serviços de saúde (p=0,001). Após aplicação de modelo de regressão logística múltipla binária, apresentaram associação para o desfecho as variáveis: hobby/lazer; consumir drogas; TMC; diagnóstico prévio de hipertensão; diagnóstico prévio de diabetes; e alimentar-se pouco. Entre os homens que tiveram suspeição de TMC, foi encontrado risco duas vezes e meia de apresentar sono insuficiente. Conclusão: foram observadas vulnerabilidades como a baixa escolaridade, desemprego e renda baixa. Também foi observada pouca busca por hábitos de prevenção em saúde e autocuidado, sedentarismo, hábitos alimentares irregulares, e busca pelos serviços de saúde para urgências. O discurso das políticas de saúde voltado ao público masculino deve ser efetivado no campo prático, com ênfase à promoção da saúde e reconhecimento do sono como importante fator para a qualidade de vida.
Palavras-chave
Qualidade de vida; saúde do homem; sono;