Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS NA PARAÍBA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
SABRINA MARIA DE SOUSA, ESTEFANNI RUTTI LIMA DE AMORIM, MONNIK EMYLE LIMA SANTOS, FERNANDA DA CONCEIÇÃO LIMA SANTOS, ALLANA RENALLY CAVALCANTE SANTOS DE MORAES, CÉLIA REGINA DINIZ

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: A violência contra crianças é um problema de cunho social que prejudica a saúde e o desenvolvimento, sendo, muitas das vezes, aceito como uma forma de educar. Com elevada subnotificação, devido à falta de capacitação e ao medo de sofrer repressão por parte dos agentes notificadores, é uma problemática de difícil visualização. OBJETIVO: Descrever o perfil da violência contra crianças de 0-9 anos no Estado da Paraíba. MATERIAL E MÉTODOS: O estudo do perfil da violência nos períodos de 2010-2017 na Paraíba foi realizado por meio de cálculos do coeficiente de incidência por cem mil habitantes das variáveis sexo da criança, idade, ano da notificação e local de ocorrência da violência, com base nas informações contidas no DATASUS e no Censo Demográfico de 2010. RESULTADOS: A faixa etária mais afetada é a de 0-4 anos sendo 164,684 a média do coeficiente de incidência de todos os anos analisados. O sexo que mais sofre violência é o masculino, onde de 0-4 anos o coeficiente de incidência é de 1470,89/100.000, em contraste com 1157,57/100.000 para o feminino. Já na faixa etária de 5-9 anos, o coeficiente é de 124,20/100.000 para o gênero masculino e 98,14/100.000 para o feminino. Em todos os anos analisados, o local com mais alto coeficiente de incidência foi a residência, com coeficientes de 1052,74/100.000 para crianças de 0-4 anos e de 58,26/100.000 para crianças de 5-9 anos. Os anos com maiores notificações foram 2012 (444,67/100.000 para 0-4 anos e 11,78/100.000 para 5-9 anos) e 2013 (483,28/100.000 para 0-4 anos e 23,88/100.000 para 5-9 anos), seguidos de uma severa redução, sendo 2016 o ano de menor incidência de notificação (com coeficientes de 11,03/100.000 para as crianças de 0-4 anos e 7,23/100.000 para as crianças de 5-9 anos). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nos anos analisados, foi observado um aumento das notificações seguido de uma notável redução. Os meninos sofrem mais violência do que as meninas e o local onde ela mais ocorre é na residência. Espera-se com esse estudo uma melhor visualização da violência contra crianças no cenário paraibano e que sirva de base para criação e implementação de políticas públicas que visem a redução desses números.

Palavras-chave


Violência; Criança; Epidemiologia