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COVID-19 EM CURITIBA: AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS PRIMEIRAS 16 SEMANAS DE TRANSMISSÃO DA DOENÇA NA CAPITAL DO ESTADO DO PARANÁ.
LEIA REGINA DA SILVA, KARIN REGINA LUHM

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: Curitiba registrou o primeiro caso de COVID-19 em 11/03/2020. Conhecer o comportamento da doença nas primeiras semanas da epidemia, pode trazer luz sobre a efetividade das medidas adotadas e sobre os próximos passos a serem tomados. OBJETIVOS: conhecer a evolução temporal dos casos e óbitos por COVID-19, em Curitiba, nas semanas epidemiológicas (SE) 11 a 26, apresentando coeficientes de incidência e a taxa de letalidade no período. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo ecológico-descritivo, com casos e óbitos ocorridos em Curitiba. As informações foram obtidas do Painel COVID-19 da Secretaria Municipal da Saúde. Os dados foram distribuídos de acordo com a SE de ocorrência. Foi utilizada a estimativa da população RIPSA/2015 para o cálculo da incidência. RESULTADOS: Nas primeiras 5 semanas a partir do 1º caso (SE 11 a 15) Curitiba apresentou uma curva ascendente que variou de 5 a 147 casos novos semanais. Nas 6 semanas seguintes (SE 16 a 21) houve redução na velocidade de crescimento de casos com média de 106 novos casos semanais. Na SE 22 (24 a 30/05) verificou-se um novo aumento nos casos (173) que foi crescendo exponencialmente nas próximas semanas chegando a 1365 casos na SE 26 (24/05 a 27/06). Um aumento de 7,9 vezes no número de casos novos quando comparado à semana 22, chegando a um total de 4.199 casos até 27/06. Embora tenham ocorrido casos em todas as faixas etárias, ao avaliar o coeficiente de incidência, as taxas mais elevadas foram na faixa de 80 anos ou mais - 388 casos por 100 mil/hab. A ocorrência de óbitos iniciou na SE 15 (06/04) e até a SE 21 o número não havia ultrapassado a marca de 10 óbitos semanais. A partir da SE 22 o número de óbitos semanais apresentou incremento porém numa velocidade menor que a dos casos chegando a 31 óbitos na SE 26 (incremento de três vezes em relação à semana 22). Entre 11/03 e 27/06 133 óbitos foram confirmados. A maior taxa de letalidade foi registrada na faixa etária de 80 anos ou mais (33%), seguida das pessoas com idade entre 70 a 79 anos (16%). CONSIDERAÇÕES FINAIS: os dados demonstram que o crescimento dos casos apresentou velocidades diferentes, com período de menor crescimento, provavelmente como reflexo de medidas de distanciamento social efetivo. A retomada de uma maior velocidade de crescimento a partir da semana 22 tem como possíveis fatores o relaxamento das medidas de distanciamento bem como a maior realização de testes diagnósticos. A menor velocidade de crescimento do número de óbitos pode refletir tanto o aumento de diagnóstico de casos, incluindo casos mais leves e assintomáticos, mas também pode sugerir uma atenção efetiva aos casos graves. Os maiores impactos vêm sendo observados na população acima de 80 anos, entretanto as demais faixas etárias também vêm sendo acometidas. A manutenção da vigilância da COVID no município é essencial para orientar medidas oportunas e de acordo com a realidade local a fim de minimizar os impactos da pandemia.

Palavras-chave


COVID-19; coeficiente de incidência; taxa de letalidade;