Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E COMPORTAMENTAL DE CASOS DIAGNOSTICADOS COM COINFECÇÃO ENTRE HIV E TUBERCULOSE NO BRASIL
BRUNO CORREIA CARVALHO, WILLIAN MORORÓ LIMA, SAMUEL FELIPE BARBOSA DE SOUSA, MALENA DE CARVALHO CORREIA, GABRIEL AGRA ALENCAR MOCÓ, BEATRIZ CORREIA CARVALHO

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: A coinfecção TB-HIV consiste em um fator agravante de ambas as doenças. A infecção pelo vírus HIV aumenta significativamente a chance de desenvolver tuberculose e da mesma forma, a infecção por tuberculose piora o quadro de imunodeficiência, e consequentemente a mortalidade. OBJETIVO: Descrever o perfil sociodemográfico e história de tabagismo dos casos de coinfecção entre tuberculose e HIV. MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo, realizado a partir de dados secundários disponíveis na plataforma do Sistema de informação de agravos de notificações. Estudou-se os dados referentes aos casos de tuberculose com diagnóstico de coinfecção com HIV no Brasil, no ano de 2019. A coleta ocorreu no mês de junho e tratamento dos dados deu-se no Microsoft Excel 2019. Foram analisadas as seguintes variáveis: sexo, escolaridade, faixa etária, raça e história de tabagismo. RESULTADOS: Em 2019, o Brasil registrou 91056 casos de tuberculose, desses, 84% (76729) realizaram teste para o vírus HIV, dos quais, 12 % (8972) obtiveram resultado positivo, caracterizando o quadro de coinfecção TB-HIV. Quanto a esses indivíduos, 72% são do sexo masculino, caracterizando uma razão de 2:1 comparados ao sexo feminino. 53% (4760) dessas pessoas tinham entre 20 e 39 anos e 39% (3526) entre 40 e 59 anos. A análise de acordo com a escolaridade revelou que não há uma relação direta dos casos com a quantidade de anos estudados, isso considerando as pessoas que possuíam até o ensino médio completo. Entretanto, no contexto dos pacientes que possuíam escolaridade superior ao ensino médio, notou-se uma relação proporcional inversa entre o número de casos de coinfecção TB-HIV e a escolaridade. Na maior parte dos casos, isto é, 31% (2794) essa informação foi ignorada, 3% (236) possuíam educação superior, porém, incompleta e 2% (233) completaram o ensino superior. Em relação à raça, ficou evidente a predominância do número de casos em indivíduos pardos, compreendendo 49% (4382) dos casos, seguidos por brancos correspondendo a 27% (2465) e pretos a 15% (1315). Já os indígenas e amarelos, representaram grupos raciais com menores números de casos, correspondendo, respectivamente, a 0,4% (32) e 1% (49) dos casos. Além disso, a maioria dos pacientes não possuía história de tabagismo, especificamente, 65% (5839) dos casos. Os demais, 27% (2388) eram tabagistas e 8% (745) tiveram essa informação ignorada. CONCLUSÃO: Ficou evidente que, apesar da existência de um sistema de notificação e dos avanços nas ferramentas diagnósticas, uma parte considerável dos pacientes com diagnóstico de tuberculose, ou seja, 15% não são testados para HIV. O quadro de coinfecção TB – HIV mostrou-se predominante no sexo masculino, em pessoas pardas e com idade entre 20 e 59 anos. A escolaridade apresentou discreta relação, inversamente proporcional, quando superior ao ensino médio. O tabagismo, entretanto, não foi predominante nesse contexto.

Palavras-chave


Infecções por HIV; Tuberculose; Perfil de saúde