Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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ANÁLISE DO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO NO DISTRITO FEDERAL
PAULA SUZANA ELISA MACIEL POLL, AÉRICA DE FIGUEIREDO PEREIRA MENESES, CARLA MARQUES PINTAS, ANA CONCEIÇÃO RIBEIRO, TAINÁ RAIOL ALENCAR

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: O câncer do colo do útero (CCU) é um problema desafiador em saúde pública que afeta mulheres sexualmente ativas, entre 25 anos e 64 anos. É uma enfermidade previnível, com evolução silenciosa e lenta, e quando tratada precocemente, tem elevada potencial de cura. Para isso é necessário a implementação de programas de rastreamento, controle e tratamento efetivos. Objetivo: Avaliar o rastreamento do CCU em mulheres usuárias do sistema do SUS, com idade entre 25 e 64 anos, no DF. Material e métodos: Foi realizado uma pesquisa epidemiológica voltada ao diagnóstico do CCU, utilizando o banco de dados do Sistema de Informação do CCU (SISCAN) do DF. O estudo abrangeu mulheres que realizaram a citologia cervical convencional entre 1 de outubro a 31 de dezembro/19, atendidas pelo SUS. Os resultados citológicos foram classificados: alto risco: células atípicas escamosas e glandulares, onde não se pode afastar lesão de alto grau e lesão intraepitelial de alto grau (AGC-FN, ASC-H, HSIL) e carcinoma; baixo risco: células atípicas glandulares e escamosas, possivelmente não neoplásicas ou de baixo grau (AGC-SOE, LSIL, ASC-US); negativo e amostras rejeitadas. Nos casos com alterações citológicas de alto risco, foram analisadas a execução de biópsia (histopatologia), entre 1 de outubro/19 a 4 de março/20 Resultados: Foram registadas um total de 19.304 citologias em mulheres com idade entre 8 a 87 anos. Aquelas com idade entre 25-64 anos, consideradas de risco nas casuísticas do CCU, foram 16.243 citologias (84,1%). Os laudos emitidos para esta faixa etária foram: 338 (2,08%) lesões de alto risco; 593 (3,65%) lesões de baixo risco; 15.224 (93,7‬%) laudos negativos; e 88 (0,54%) representaram as amostras consideradas rejeitadas. A população feminina do DF, com idade entre 25 e 64 anos, representa um total de 86.1926 habitantes. O número de citologias realizadas neste estudo, atendeu 1,88% desta população e aquelas diagnosticadas positivas com resultado de alto risco, representou 0,04%. Foram realizados um total de 129 histologias, em mulheres entre 21 a 62 anos. Foi possível identificar 41/129 (31,67%) laudos histológicos, oriundos de 40 pacientes mulheres, entre 25-64 anos, que realizaram 42 citologias cervicais durante outubro a dezembro/19. Dentre essas 42 citologias, ao avaliar o período entre a coleta dos exames de citologia e histologia, 12 ocorreram no mesmo dia, 1 realizou a histologia antes da citologia, possivelmente indicando continuidade de um tratamento anterior, e os demais 29 obtiveram uma média de 68,76 dias entre exames, que variou entre 5 a 133 dias. Conclusão: O CCU é uma patologia possível de prevenção, de fácil detecção precoce pelo exame de rastreio, o que faz dessa doença um foco potencial para as campanhas e abordagens nas redes de saúde pública no rastreamento. Para isso faz-se necessário reavaliar os serviços para melhoria na eficiência da assistência oncoginecológica.

Palavras-chave


Citologia cervical; Oncoginecologia; Saúde da mulher