Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DE INTERNAÇÕES ASSOCIADAS À HEMORRAGIA PÓS-PARTO EM SERGIPE.
JOSÉ CLEYTON DE OLIVEIRA SANTOS, LARISSA SANTOS COSTA CRUZ, LAÍSE LUEMMY DE LIMA FERREIRA, LUAN DOS SANTOS FONSECA, BRUNO CORREIA CARVALHO, KARLA YASMIN DE ANDRADE SANTANA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: A hemorragia pós-parto é um quadro clínico caracterizado como a perda sanguínea intensa após o parto vaginal ou cesariana. Esse quadro, se não for revertido, é um fator intimamente relacionado com o aumento da mortalidade materna. A atonia uterina, traumas, alterações placentárias e coagulopatias são os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse fenômeno. Desse modo, cabe a necessidade de identificar potenciais grupos de risco com o objetivo de melhorar a assistência em saúde. OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico das internações por hemorragia pós-parto no estado de Sergipe. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, realizado no período de maio a junho de 2020. Os dados secundários foram disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e processados pelo Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) de abril de 2010 a abril de 2020 e as variáveis analisadas foram faixa etária, raça, município, e modalidade do atendimento. Por fim, foram realizadas estatísticas descritivas para sumarizar o conjunto de dados e facilitar a análise e descrever a amostra coletada. RESULTADOS: Diante o período analisado de 2010 a 2020, o estado de Sergipe possuiu 216 casos notificados, sendo que os indivíduos mais afetados pela hemorragia pós-parto estão concentrados na capital do estado, Aracaju, 29,16% (n= 63), e o restante dos casos distribuídos por todas as regiões de saúde do estado. Frente a mortalidade, Sergipe conta com uma taxa de 1,39% (n=3), sendo todos os óbitos localizados na capital do estado em uma faixa de 20 a 39 anos e em convênio privado. A faixa etária predominante de puérperas afetadas foi de 20 a 29 anos, 43,37% (n=98), diante a variável raça, 54,16% (n=117) dos indivíduos são pardos, sendo 43,51% (n=94) dados ignorados pelo sistema e sem informação. Além disso, referente a modalidade de atendimento, a maioria das puérperas foram atendidas no âmbito privado, 34,72% (n=75), sendo grande parte dos dados, 55,09% (n=119), sem informação sobre esse quesito. CONCLUSÃO: Diante as variáveis epidemiológicas, nota-se que as puérperas mais afetadas por essa intercorrência são da faixa-etária de 20 a 29 anos, pardas e atendidas em hospitais e maternidades privadas localizadas na capital do estado. Desse modo, é necessário intervir nesse grupo com a finalidade de realizar o acompanhamento devido e diminuir a problemática em questão, sendo necessário discutir com a equipe de saúde a questão a subnotificação de dados, fator ainda muito presente na assistência.

Palavras-chave


Saúde Pública; Saúde da Mulher; Epidemiologia