Tamanho da fonte:
PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DE INTERNAÇÕES ASSOCIADAS À HEMORRAGIA PÓS-PARTO EM SERGIPE.
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
INTRODUÇÃO: A hemorragia pós-parto é um quadro clínico caracterizado como a perda sanguínea intensa após o parto vaginal ou cesariana. Esse quadro, se não for revertido, é um fator intimamente relacionado com o aumento da mortalidade materna. A atonia uterina, traumas, alterações placentárias e coagulopatias são os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse fenômeno. Desse modo, cabe a necessidade de identificar potenciais grupos de risco com o objetivo de melhorar a assistência em saúde. OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico das internações por hemorragia pós-parto no estado de Sergipe. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, realizado no período de maio a junho de 2020. Os dados secundários foram disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e processados pelo Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) de abril de 2010 a abril de 2020 e as variáveis analisadas foram faixa etária, raça, município, e modalidade do atendimento. Por fim, foram realizadas estatísticas descritivas para sumarizar o conjunto de dados e facilitar a análise e descrever a amostra coletada. RESULTADOS: Diante o período analisado de 2010 a 2020, o estado de Sergipe possuiu 216 casos notificados, sendo que os indivíduos mais afetados pela hemorragia pós-parto estão concentrados na capital do estado, Aracaju, 29,16% (n= 63), e o restante dos casos distribuídos por todas as regiões de saúde do estado. Frente a mortalidade, Sergipe conta com uma taxa de 1,39% (n=3), sendo todos os óbitos localizados na capital do estado em uma faixa de 20 a 39 anos e em convênio privado. A faixa etária predominante de puérperas afetadas foi de 20 a 29 anos, 43,37% (n=98), diante a variável raça, 54,16% (n=117) dos indivíduos são pardos, sendo 43,51% (n=94) dados ignorados pelo sistema e sem informação. Além disso, referente a modalidade de atendimento, a maioria das puérperas foram atendidas no âmbito privado, 34,72% (n=75), sendo grande parte dos dados, 55,09% (n=119), sem informação sobre esse quesito. CONCLUSÃO: Diante as variáveis epidemiológicas, nota-se que as puérperas mais afetadas por essa intercorrência são da faixa-etária de 20 a 29 anos, pardas e atendidas em hospitais e maternidades privadas localizadas na capital do estado. Desse modo, é necessário intervir nesse grupo com a finalidade de realizar o acompanhamento devido e diminuir a problemática em questão, sendo necessário discutir com a equipe de saúde a questão a subnotificação de dados, fator ainda muito presente na assistência.
Palavras-chave
Saúde Pública; Saúde da Mulher; Epidemiologia