Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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ANÁLISE COMPARATIVA DA COBERTURA DE ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL NA ZONA RURAL E URBANA BRASILEIRA, NOS ANOS DE 2010 A 2015
TAINÁ MACHADO STUDART GURGEL DE OLIVEIRA, ÍTALO IVO DE CARVALHO ARAÚJO, ANA CLARA DE SOUZA CORREA, SAMUEL DA COSTA FERNANDES, RAFAEL LUCAS SIMÕES DOS SANTOS, PEDRO TÚLIO MONTEIRO ARAÚJO

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: Nas últimas décadas, o Brasil conseguiu reduzir, consideravelmente, a morbimortalidade materna, sobretudo devido às políticas de assistência ao pré-natal. Contudo, urgem mais avanços nessa área para que o País consiga alcançar as metas estipuladas pela Organização Mundial da Saúde. A assistência ao pré-natal está diretamente relacionada aos desfechos e à saúde materna e perinatal, haja vista que os casos de insucesso, em sua maioria, estão relacionados a causas evitáveis. Os projetos criados em tal área buscam a promoção da educação da mulher e do(a) parceiro(a), o diagnóstico precoce de doenças, o início de tratamento adequado em tempo oportuno, a detecção de situações de risco, a qualificação dos profissionais envolvidos e a ampliação do acesso ao serviço. Todavia, esse sistema ainda se encontra envolto em desafios: falta de profissionais e equipes qualificadas, início tardio do pré-natal, número inadequado de consultas, falta de exames laboratoriais e dificuldade de acesso à saúde, que impactam na qualidade e na quantidade dos atendimentos. Esses desafios tornam-se ainda mais evidentes quando se compara realidades sociais e culturais diferentes, como é o caso da população urbana e rural.

Objetivo: Pretende-se analisar a assistência ao pré-natal, adotando-se como variáveis o atendimento nas zonas rurais e urbanas e, a partir disso, traçar um comparativo entre as duas realidades.

Métodos: Trata-se de um estudo transversal, de caráter quantitativo e descritivo, realizado a partir da análise de dados referentes à quantidade de atendimentos de pré-natal em zona urbana e rural, no Brasil, entre os anos de 2010 e 2015, obtidos por meio do DATASUS. Ademais, foram analisados dados do IBGE referentes ao total da população rural e urbana no Brasil no intervalo de tempo citado.

Resultados: De acordo com o último censo do IBGE, em 2015, a população rural brasileira correspondia a 15,28% do total (31.247.600), apresentando uma leve redução se comparada a 2010, quando correspondia a 15,65% (29.852.986). No que tange à quantidade de atendimentos de pré-natal, em 2010, tivemos 24,37% dos 8.680.430 atendimentos realizados na área rural; em 2011, 23,52% do total (8.582.416); em 2012, 20,62% dos 9.515.310 atendimentos concluídos; em 2013, 21,18% dos 9.456.578; em 2014, 19,66% dos 10.657.890 atendimentos e, em 2015, 21,01% do total de atendimentos (8.344.396) na área rural.

Conclusão: Diante disso, conclui-se que, apesar da porcentagem da população rural brasileira ter diminuído ao longo desses anos em 0.37%, sua quantidade absoluta cresceu. No entanto, os atendimentos pré-natais da área rural diminuíram percentualmente de maneira considerável, chegando a representar uma redução de quase 5% em 2014, o que evidencia a necessidade de maior atenção assistencial voltada para essa população, visto que deveria, pelo menos, manter-se os números percentuais ao longo dos anos.

Palavras-chave


Assistência pré-natal; Estudo comparativo; População rural; População urbana;