Tamanho da fonte:
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HIV/AIDS NO ESTADO DO PARANÁ (2013 A 2018)
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são uma grande questão de saúde pública, haja vista não impactarem somente a vida de quem vive com a infecção, mas também os âmbitos sociais, econômicos, culturais e da saúde coletiva. Nesse contexto, encontra-se o vírus do HIV, cujo delineamento do perfil epidemiológico é de extrema importância para que o poder público possa tomar tanto medidas preventivas, quanto de assistência à saúde. Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico de HIV/AIDS no estado do Paraná. Material e Métodos: Estudo descritivo realizado através da coleta de dados secundários do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis e de Boletins Epidemiológicos de HIV/AIDS, compreendendo o período de 2013-2018. Resultados: Foram notificados 14.050 casos de HIV e 12.103 casos de AIDS no estado. Em relação ao HIV, evidenciou-se um aumento de 56,9% no número de casos de 2013 (n=1.499) a 2018 (n=2.353). Este crescimento é evidenciado em municípios como Curitiba, que registou aumento de 24% entre 2013 (n=608) a 2017 (n=757), e Cascavel devido ao elevado número de casos em 2015 (n=126). Os casos de HIV em gestantes tiveram um aumento de apenas 1,4% no período de 2013 (n=408) a 2018 (n=414). Em 2018, a taxa de detecção em gestantes foi de 3 casos/100mil habitantes, valor idêntico a média nacional e das regiões Norte e Sudeste, ficando atrás apenas do Sul com 6 casos/100mil habitantes. Com relação à AIDS, verificou-se diminuição de 11,9% do número de casos de 2013 (n=2.141) a 2018 (n=1.885). Destes, 68% (n=8.195) correspondem a indivíduos do sexo masculino. A taxa de detecção apresentou queda de 19,5 para 16,6 casos/100mil habitantes, valor inferior se comparado ao coeficiente nacional que corresponde a 17,8 casos/100mil habitantes. Alguns municípios refletem a queda na taxa de detecção em 2018, como Curitiba que passou de 27,9 para 22,8 casos/100mil habitantes. Analisando a região Sul, o Paraná teve a menor taxa de detecção em relação a Santa Catarina (25,6) e Rio Grande do Sul (27,2). O coeficiente de mortalidade no estado apresentou decréscimo de 5,9 óbitos/100mil habitantes em 2013 para 4,7 óbitos em 2018, representando redução de 20,3%. No panorama nacional, houve ampliação de 193% na distribuição de testes rápidos entre 2013 (n=4.729.485) a 2018 (n=13.880.013), refletindo em municípios do estado, como Cascavel que aumentou em 59% a realização dos testes através do SUS entre 2013 (n=16.785) a 2016 (n=26.771). Conclusões: A notificação compulsória da infecção pelo HIV se deu somente a partir de 2014, o que impede uma análise epidemiológica mais rigorosa. Há um aumento significativo de novos casos de HIV no período de 2013 a 2018, porém o índice de detecção em gestantes foi baixo e em 2018 foi igual a média nacional. O Paraná se destaca dentre os estados da região Sul com a menor taxa de detecção dentre os indivíduos testados e notória diminuição da mortalidade.
Palavras-chave
HIV; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; Saúde Pública;