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MORBIDADE POR CÂNCER HEPÁTICO NO BRASIL: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
Introdução: O carcinoma hepatocelular (CHC), ou câncer hepático, é uma neoplasia maligna agressiva com elevada morbidade e mortalidade, sendo responsável por mais de 90% das neoplasias malignas hepáticas primárias. O CHC é a sexta doença maligna mais diagnosticada e de crescente incidência no mundo, tornando-se a terceira causa mais comum de mortalidade relacionada ao câncer. O CHC geralmente está associado à cirrose hepática e surge a partir da evolução de um nódulo regenerativo hepatocitário que sofre degeneração maligna. Assim, a infecção pelos vírus das hepatites virais crônicas, B e C, e o consumo de álcool também são fatores de risco para o CHC. O diagnóstico é realizado por tomografia computadorizada de abdômen com contraste endovenoso e por ressonância magnética; e os tratamentos cirúrgicos são realizados por ressecção hepática do tumor, hepatectomia parcial ou transplante de fígado. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de morbidade, por câncer hepático, no Brasil, segundo sexo e faixa etária, entre os anos de 2016 a 2020. Material e Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo quantitativo, realizado em junho de 2020, por meio de dados secundários, extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), por meio do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), do Ministério da Saúde. Os dados estavam relacionados ao número de internações por neoplasia maligna do fígado e vias biliares intra-hepáticas, de acordo com a lista de morbidade do CID-10, por local de internação e ano de processamento da informação, entre janeiro de 2016 a abril de 2020. Adicionalmente, as informações foram caracterizadas por sexo e faixa etária. Resultados e Discussão: Foram registrados, no Brasil, 39.932 internações por câncer hepático, com o ano de 2019, respondendo por 24,5% (n=9.783) dos casos e 8,3% (n=3.333) das hospitalizações, até abril de 2020. Destes registros, constatou-se que o sexo masculino obteve a maior quantidade de hospitalizações pela neoplasia, correspondendo a 56,8% (n=22.667), quando comparado ao sexo feminino, que em menor proporção, teve 43,2% (n=17.265) das internações. Com relação à idade, a maior frequência das internações (n=13.527) ocorreu na faixa etária entre 60 e 69 anos de idade. Assim, em análise epidemiológica, houve um aumento no número de casos ao longo dos anos, em homens e idosos, com o ano de 2020, apresentando a menor quantidade de internações por essa neoplasia, em decorrência dos registros pelo SIH/SUS terem sido coletados até o mês de abril do mesmo ano. Conclusões: O câncer hepático constitui um importante problema de saúde pública no Brasil. Neste contexto, medidas de prevenção, diagnóstico precoce e controle dos principais fatores de risco são necessários para que ocorra redução significativa no número de hospitalizações, com enfoque nas populações de maior risco, como idosos e homens, dentro do cenário nacional.
Palavras-chave
Epidemiologia; Morbidade; Neoplasias Hepáticas