Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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ASSOCIAÇÃO ENTRE EXPOSIÇÃO A AGROTÓXICOS E DOENÇAS ALÉRGICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
MARINA DE BARROS RODRIGUES, PROF. DR. HERBERTO JOSÉ CHONG NETO

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: O Brasil está entre os países que mais utiliza agrotóxicos no mundo, com crescente liberação e comercialização de novos agrotóxicos, muitos deles altamente tóxicos e proibidos na União Europeia. As crianças, por estarem em desenvolvimento e por sua taxa metabólica diferenciada, estão mais sujeitas aos seus efeitos. Há estudos que mostram os efeitos deletérios dos agrotóxicos para a saúde de crianças e adultos, porém tais estudos ainda são escassos no Brasil. As intoxicações agudas afetam principalmente as pessoas expostas por meio ocupacional, são mais conhecidas e mais fáceis de identificar. As intoxicações crônicas, por sua vez, podem afetar toda a população, visto que são decorrentes da exposição a múltiplos agrotóxicos presentes em alimentos e no ambiente. Os efeitos decorrentes da exposição crônica aparecem a longo prazo, o que dificulta o nexo causal. Dentre os efeitos associados à exposição crônica aos agrotóxicos podem ser citados câncer, neurotoxicidade, infertilidade, impotência, abortos, malformações, desregulação hormonal e efeitos sobre o sistema imunológico e respiratório. Estudos com modelos animais mostraram que doses baixas de organofosforados foram capazes de induzir hiper-reatividade da via aérea. Durante a primeira metade da gestação os brônquios estão se desenvolvendo; na segunda metade os alvéolos começam a se desenvolver e por vários anos após o nascimento continuam a amadurecer. Com isso, podemos fazer a hipótese que exposições durante o período pré-natal e nos primeiros anos de vida a agrotóxicos pode acarretar danos ao sistema respiratório. A asma é uma doença de alta prevalência, morbidade e mortalidade em todo o mundo. Estima-se cerca de 300 milhões de pessoas com asma no mundo e 20 milhões no Brasil. A prevalência média de asma no Brasil é de 24,3% para crianças e de 19% para adolescentes (dados do Estudo ISAAC), tendo em média 175 mil internações por ano entre os de 2008 e 2013, com uma mortalidade de 1,03 para cada 100 mil (dados de 2014). A rinite alérgica e a dermatite atópica têm alta prevalência e grande impacto na qualidade de vida. Objetivos: Verificar se há associação entre exposição à agrotóxicos e doenças alérgicas em crianças e adolescentes. Material e Métodos: A coleta dos dados será realizada com crianças e adolescentes de até 18 anos do Assentamento Contestado, Lapa/ PR. Os pais ou responsáveis assinarão o TCLE e as crianças e adolescentes assinarão o TALE. Para a avaliação de doenças alérgicas será utilizado o questionário do "International Study of Asthma and Allergies in Childhood" (ISAAC). Será realizada coleta de urina de cada participante, a qual será submetida à análise da concentração dos metabólitos de agrotóxicos e dosagem de Leucotrieno E4, importante marcador inflamatório de via aérea. Resultados: O presente estudo trata-se de um Projeto de Mestrado em fase de análise pelo Comitê de Ética. Dessa forma, ainda não temos dados coletados.

Palavras-chave


agrotóxico; criança; asma