Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA COVID-19 NO PIAUÍ
JOSE CLAUDIO GARCIA LIRA NETO, WILLYAN DA COSTA MOTA, STHER LIRA ROCHA, MARTA MARIA COELHO DAMASCENO

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: em dezembro de 2019, um surto de uma nova doença de coronavírus chegou ao mundo, a COVID-19. Classificada como uma doença respiratória aguda grave, causada pelo vírus SARS-CoV-2, a COVID-19 chegou ao Brasil em fevereiro, e logo se disseminou pelo país e pelo mundo, atingindo o status de pandemia. Em março, o primeiro caso da enfermidade foi registrado no Piauí, que por ser um dos estados com múltiplas vulnerabilidades sociais e econômicas, merece atenção quanto ao cenário epidemiológico. Objetivo: analisar a situação epidemiológica da COVID-19 no estado do Piauí, Brasil. Material e métodos: trata-se de um estudo ecológico com análise de série temporal referente ao período de março a junho de 2020, utilizando dados do Painel COVID-19, da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí. Essa plataforma incorpora os registros de dados dos indivíduos sobre a COVID-19, número de casos, óbitos, testes realizados, taxa de incidência (por 100 mil habitantes), distribuição conforme sexo, comorbidades, entre outras informações. O Painel COVID-19 é alimentado por profissionais da saúde de todo o estado e, posteriormente, enviado ao núcleo central de vigilância epidemiológica. Não se fez necessária a apreciação por Comitê de Ética em Pesquisa, uma vez que se utilizou, exclusivamente, dados agregados de acesso público.
Resultados: O primeiro caso confirmado no Piauí de COVID-19 foi registrado em 19 de março, e o primeiro óbito, nove dias depois. Após um mês da confirmação do primeiro caso da doença, 158 casos e 14 óbitos haviam sido registrados. Após 60 dias da data do primeiro caso, o estado já apresentava 2.637 casos e 87 óbitos. Em 19 de junho, o Piauí chegou à marca de 13.813 casos e 459 óbitos. Dos 224 municípios do estado, 88,8% já registraram algum caso e 33,9% algum óbito. A cidade de Pimenteiras, com pouco mais de 12 mil habitantes, mantém a maior incidência de casos no estado (98,13/100 mil habitantes). Já a capital, Teresina, apresenta o maior número de casos e óbitos do estado, sendo quase sete mil casos e pouco mais de 300 mortes. Quanto a frequência de comorbidades dentre os óbitos confirmados, destaca-se que 44,8% tinha alguma cardiopatia e 23,7% tinha diabetes. Apenas 8,59% dos mortos não apresentava comorbidades. Na distribuição dos casos e óbitos, segundo a faixa etária, a maioria (24,4%) dos casos esteve naqueles com idade entre 30-39 anos, e a maior parte (29,2%) dos óbitos naqueles com 80 anos ou mais. O governo do estado atribui uma alta evolução dos casos às baixas taxas de isolamento social e ao pouco conhecimento das pessoas sobre a doença. Conclusão: diante dos dados apresentados, faz-se imperioso um maior reforço das práticas de higiene e proteção individual e coletiva, assim como, da prorrogação do lockdown estabelecido no estado.

Palavras-chave


COVID-19; Monitoramento epidemiológico; Pandemia