Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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DIFERENCIAIS DE MORTALIDADE ENTRE HOMENS E MULHERES: UMA ANÁLISE PARA BRASIL E REGIÃO SUL, 2005-2017
WANDERSON COSTA BOMFIM, MIRELA CASTRO SANTOS CAMARGOS

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: Em decorrência dos processos de transição demográfica e epidemiológica, grande parte das sociedades obtiveram expressivos ganhos em termos de expectativa de vida ao nascer. Tais ganhos não foram obtidos de maneira homogênea entre países, dentro deles ou mesmo entre homens e mulheres. É fundamental em termos de saúde pública a análise da contribuição das distintas causas de morte para o diferencial de expectativa de vida ao nascer. Objetivo: O objetivo do presente estudo é mensurar a contribuição das causas de morte e grupos etários na diferença de expectativa de vida ao nascer entre homens e mulheres, para Brasil e região Sul, em 2005 e 2017. Metodologia: Foram utilizadas tábuas de mortalidade para Brasil e região Sul, para anos de 2005 e 2017, além dos dados de mortalidade por causa, obtidos por meio do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foram usadas médias trienais das informações de mortalidade, centralizadas nos anos analisados, para evitar possíveis flutuações no número de mortes. A metodologia empregada foi o método de decomposição de Pollard. Resultados: Tanto para o Brasil quanto para região Sul, foram às causas externas que tiveram maior contribuição relativa positiva no diferencial de expectativa de vida ao nascer entre homens e mulheres. Para o Brasil, em 2005, 2,94 anos (40,1%) dos 7,33 anos de diferença entre homens e mulheres, foram em função desse grupo de causa. Para a região Sul, as causas externas foram responsáveis por 2,48 anos (37,5%) dos 6,62 anos de diferença de expectativa de vida ao nascer. No Brasil houve um aumento da contribuição relativa desse grupo de causa, passando para 42,1%. Já na região Sul houve uma redução, passando para 36,6%. Para a maioria das causas de morte analisadas, o grupo etário de 60 anos ou mais apresentou maiores contribuições positivas no diferencial de expectativa de vida ao nascer entre homens e mulheres. Outro padrão visto para Brasil e a região Sul foi a maior contribuição positiva do grupo de 25 a 39 anos no que tange a mortalidade por causas externas. Conclusão: O excesso de mortalidade masculina, principalmente em decorrência de determinadas causas de morte, como as causas externas, influencia na existência de um hiato na expectativa de vida ao nascer. É importante considerar nas ações de prevenção e promoção em saúde, assim como os aspectos socais e culturais que interferem na maior mortalidade masculina, para que a diferença diminua e melhorias de saúde possam ser obtidas.

Palavras-chave


Expectativa de vida; Diferenciais de sexo; Causas de morte