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PERFIL DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES JOVENS NO MUNICÍPIO DE CURITIBA. CURITIBA (PR).
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
Introdução: O estudo teve por objetivo descrever o perfil das mulheres jovens em situação de violência no município de Curitiba-PR. Metodologia: O método utilizado foi o estudo documental, produzido a partir da análise de dados coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), relativos às notificações de violência contra mulheres jovens. Foram incluídas notificações de mulheres com idade entre 20 e 29 anos realizadas no período entre 2009 e 2017. As notificações encontradas foram organizadas em planilhas no Microsoft Excel®, na sequência, foram analisadas por meio da estatística descritiva simples. Foram analisadas as variáveis contidas na base de dados em relação à idade, raça estado civil, tipo de violência, local da ocorrência, meio da agressão, se violência sexual/qual tipo, vínculo com o agressor, local da moradia, encaminhamento do caso/setor saúde e escolaridade. Resultado: A amostra foi de 4.135 notificações de violência contra mulheres jovens no período. Em relação à raça identificou-se que as mulheres brancas foram as que mais sofreram violência em relação às não brancas, com 2.928 notificações que correspondem a 70,81% do total. Quanto aos itens estado civil e local da moradia, não foram encontrados dados disponíveis na base de dados investigada. Sobre o local da ocorrência a maioria das situações de violência aconteceu na própria residência da vítima totalizando 2.715 casos (65.66%). Quanto ao tipo de violência a que mais prevaleceu foi a violência tipo física com 2.696 casos (65,19%). O meio de agressão mais utilizado foi força corporal/espancamento com 2.335 casos, responsável por (56,47%) dos registros. No que diz respeito à violência sexual, verificou-se a prevalência dos casos de estupro que totalizaram 633 (72%) notificações do total de 882 notificações de violência sexual registradas. Sobre o vínculo com o agressor, os cônjuges eram os principais agressores em 1.024 (24,76%) das notificações. Quanto ao encaminhamento dos casos de violência para setor de saúde, observou-se que 841 (23,33%) mulheres foram encaminhadas a ambulatórios. No que se refere a escolaridade, foi evidenciado que 986 (23,85%) das mulheres cursaram o ensino médio completo. Os resultados evidenciam o crescimento no número de notificações ao longo do período analisado, porém alguns limites devem ser considerados, como por exemplo, a qualidade do preenchimento das fichas de notificação, o elevado nível de ausência de registros em alguns campos. A realidade identificada durante a pesquisa ressalta a importância das notificações das situações de violência contra a mulher, visto que essa ação direciona ações preventivas e assistenciais para os casos, sustentadas em políticas públicas. Por isso, ressalta-se a importância do correto preenchimento das fichas de notificação, devido a relevância dessa ferramenta na conjuntura da atenção integral às mulheres vítimas de violência.
Palavras-chave
Descritores: Violência contra a mulher; Sistema de informação em saúde; Notificação;