Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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PERFIL DAS GESTAÇÕES, EM UM MUNICÍPIO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA E SUA RELAÇÃO COM A QUALIDADE DO PRÉ-NATAL, 2018.
MARCILENE DE PAULA, DOROTEIA HÖFELMANN

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução. O pré-natal visa garantir o desenvolvimento da gestação, sem intercorrências maternas e fetais evitáveis. O início oportuno do pré-natal e a realização de seis ou mais consultas são indicadores de qualidade assistencial, porém, ainda persistem barreiras de acesso com influência negativa no desfecho da gestação. Objetivos. Descrever o perfil das gestações e sua relação com indicadores de qualidade da assistência pré-natal. Material e Métodos. Estudo descritivo, realizado a partir da base de dados do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) utilizando o registro de nascidos vivos no ano de 2018 em um município da Região Metropolitana de Curitiba. Para análise foram selecionadas as variáveis número de consultas de pré-natal e a relação com idade, escolaridade, raça/cor e desfecho. Os dados foram classificados por Unidade Básica de Saúde que realizou o acompanhamento pré-natal. Resultados. Localizados 1.263 registros de nascimento. A UBS 9 foi responsável pelo acompanhamento de 327 gestantes (26,0%). A mediana por UBS foi de 98 gestantes e o valor mínimo 38. Em relação ao número de consultas de pré-natal, 5,3% das gestantes realizaram menos de 3, 17,3% realizaram 4 a 6 e 77,4% realizaram 7 ou mais consultas. As UBS 4 e 9 apresentaram maior número de gestantes com menos de 3 consultas. As gestações na adolescência corresponderam a 17,8% do total. 73,1% das gestantes com idade entre 13 e 19 anos, 78,3% com idade entre 20 a 39 anos e 75,0% das gestantes com mais de 40 anos realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal. Com relação à cor, 64,9% das mulheres brancas realizaram 7 ou mais consultas, enquanto este dado foi de 20,8% nas mulheres pretas ou pardas. Quanto à associação entre maior número de consultas com escolaridade, a tendência foi não linear com correlação positiva forte para gestantes adolescentes. Na análise da estratificação de risco, 21,0% foram estratificadas como Alto Risco e o tempo médio de espera para consulta no centro de referência foi de 25 dias, mediana 23 dias. Quanto ao desfecho, 13,3% foram partos prematuros (menos de 37 semanas) e 5,9% ocorreram antes de 28 semanas. O peso ao nascer menor de 2.500g ocorreu em 10,8% das gestações, sendo 5,0% em mulheres com menos de 7 consultas de pré-natal. Ao relacionar a duração da gestação com o número de consultas de pré-natal, 18,3% das gestantes apresentaram menor número do que o recomendado. No prontuário eletrônico foram localizados menos de 40% de registros completos. Considerações finais: Foram encontradas 22,6% de gestações com acompanhamento inadequado e pior desempenho para as mulheres pretas ou pardas. Para avaliação da qualidade do pré-natal será necessário estudo mais aprofundado, considerando a necessidade de dados mais qualificados.

Palavras-chave


Avaliação de Serviços de Saúde; Qualidade da Assistência à Saúde; Cuidado Pré-natal;