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MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE POR MALFORMAÇÃO CONGÊNITA DO ESTADO DO PARÁ DE 2015 A 2018
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
Introdução: As malformações congênitas têm incidência global, ocasionando mudanças na vida dos indivíduos afetados e seus familiares. Alguns tipos de malformação congênita podem evoluir para óbito, e quando isto ocorre nos primeiros seis dias de vida é denominado mortalidade neonatal precoce, um importante indicador de saúde. Neste sentido, o objetivo desse estudo é caracterizar a mortalidade neonatal precoce por malformação congênita no período de 2015 a 2018 no estado do Pará. Material e métodos: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, de cunho quantitativo, realizado a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram verificados os óbitos neonatais precoces (de 0 a 6 dias completos) ocorridos no estado do Pará no período de 2015 a 2018, segundo o capítulo XVII Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Foram consideradas as variáveis: região de saúde (CIR), Categoria CID-10, sexo, peso ao nascer, tipo de gravidez, duração da gestação e tipo de parto. Com base nos dados adquiridos no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos se realizou o cálculo da taxa de mortalidade neonatal precoce tendo como causa as malformações congênitas. Foi realizada uma análise estatística descritiva (frequência relativa e absoluta, média, desvio padrão). Resultados: Ocorreu no período estudado o total de 8.578 óbitos infantis, dos quais 4.748 (55%) tratam-se de óbitos neonatais precoce, desses 676 (14%) tiveram como causa malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas. A taxa de mortalidade neonatal precoce foi de 1,2 por mil nascidos vivos, com média de 169 óbitos por ano e desvio padrão de 5,7. As outras malformações congênitas não classificadas em outra parte foram as mais frequentes 22,5% (n=152), o maior número de óbitos no período estudado foi em 2018 com 177 mortes (26,8%). Dos 676 óbitos, 20,9% (n=141) ocorreram na região de saúde Metropolitana I, o sexo masculino foi o mais frequente 51,9%, quanto ao peso a nascer observou-se uma maior frequência (56,2%) de óbitos entre recém-nascidos de <2,500g, a gravidez única foi o tipo mais frequente (90,5%), a duração da gestação mais frequente foi de 37 a 41 semanas com 35,7% (n=241) e o parto cesário também com uma frequência de 59,2%. Considerações finais: Os achados desse estudo evidenciaram que o número de óbitos neonatais precoces se manteve ao longo dos anos, sendo que houve maior concentração de mortes em uma das regiões de saúde com maior densidade populacional do estado, as características da gestação e dos recém-nascidos foram: gestação única, a termo, de parto cesário e com recém-nascidos de baixo peso. Esses resultados possibilitam entender o perfil dos óbitos neonatais precoces por malformações congênitas e subsidia base para estudos sobre as possíveis causas relacionadas.
Palavras-chave
Anormalidades Congênitas; Epidemiologia; Saúde Pública