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DENGUE: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA EPIDEMIA NO PARANÁ
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
INTRODUÇÃO: A dengue é transmitida por vírus da família Flaviridae, cujo vetor é o artrópode fêmea Aedes aegypti. A dengue tem quadro clínico variável, podendo ser oligossintomática e até causar óbito. Sua situação epidemiológica no país é um desafio de saúde pública, especialmente no PR, uma vez que o número de internações e de óbitos por dengue é crescente nos últimos anos. OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico da dengue entre 2018 e 2020 no PR e confrontar com os indicadores de assistência em saúde, bem como comparar este perfil com a situação nacional. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo epidemiológico descritivo e quantitativo acerca das internações no SUS por dengue no PR, entre 1º de janeiro de 2018 a 30 de abril de 2020. Foram utilizados dados secundários provenientes do Sistema de Informação Hospitalar do SUS relativos à categoria A90 do capítulo I (Algumas doenças infecciosas e parasitárias), da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). As variáveis utilizadas foram número de internações e de óbitos, mês e ano de processamento e valor total, que foram representadas em números absolutos, frequência relativa e medidas de tendência central, por meio de análise estatística descritiva. RESULTADOS: Registrou-se 6404 internações por dengue - 209 em 2018, 1622 em 2019 e 4573 em 2020 -, 13 óbitos e dispêndio de R$ 2.111.594,93, sendo R$175.966,20 o valor total médio gasto em cada ano. Em março de 2020 houve crescimento de 5975% nos gastos totais (R$ 532.619,99) quando comparado com janeiro de 2018 (R$8.766,87). O número médio de internações por mês em 2018, 2019 e 2020, foi de 17,42, 135,17 e de 1.143,25, respectivamente. No PR, houve decréscimo da taxa de incidência por 100 mil habitantes nos meses de julho (0,05) e agosto (0,05) de 2018 em relação a janeiro (0,24) deste ano. No entanto, houve aumento substancial em março (13,83) e abril (11,85) de 2020. De forma comparativa, no Brasil, essa taxa foi 2,73 em fevereiro e 3,07 em março de 2020, respectivamente. Em 2020, ao passo que o número de internações por 100 mil habitantes, no Brasil, foi de 9,64, no PR chegou a 39,73. Quantos aos óbitos no PR, observa-se crescimento percentual de 800%, posto que em 2018 houve 1, em 2019, 3 e em 2020, 9. CONCLUSÕES: Há uma epidemia de infecções em 2020 e aumento de internações e mortes por dengue no PR, a despeito de ambos serem evitáveis com a adoção de medidas de baixa densidade tecnológica. Por conseguinte, é mandatória a organização dos serviços de saúde e a efetivação de um plano de contingência da doença no PR.
Palavras-chave
Dengue; Epidemiologia; Vírus da dengue;