Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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PANORAMA DOS CASOS NOTIFICADOS DE SÍFILIS ADQUIRIDA NO PARANÁ (2010 - 2018)
PAOLA MEDEIROS, ANA CAROLINE CARVALHO, LAURA VITÓRIA SCHEUERMANN BONATTO, JOABE BALESTRE JOSE, FELIPE RIBEIRO DOS SANTOS, ADRIANE DE CASTRO MARTINEZ

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que apesar de descoberta a séculos, ainda persiste como um dos grandes problemas de saúde pública da atualidade. É transmitida por via sexual, ou durante o período gravídico-puerperal, podendo acarretar em uma série de problemas como malformações e aborto. Apesar de ser considerada uma doença de fácil prevenção, seu diagnóstico pode ser difícil devido aos diferentes estágios que apresenta. Objetivos: Analisar o panorama dos casos de sífilis adquirida no estado do Paraná (2010 - 2018). Material e Métodos: Estudo descritivo realizado por meio da coleta de dados secundários no Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, perfazendo a série histórica de 2010 a 2018 analisados por meio de estatística básica. Resultados: Durante o período analisado foram notificados 32.532 casos de sífilis adquirida no estado do Paraná, correspondendo a um aumento de 130% no número de casos do ano de 2010 (n= 77) a 2018 (n= 9.928). Do total de casos 59% (n= 19.195) correspondem a indivíduos do sexo masculino. A taxa de detecção passou de 0,7 casos para 87,5 casos/100 mil habitantes, superando a taxa nacional que corresponde a 75,8 casos/100 mil habitantes, e a das regiões Nordeste (46,9), Norte (54,4), Centro - Oeste (79,9) e Sudeste (81,9). Em relação a região Sul, o Paraná se constitui do estado com a menor taxa de detecção em relação ao ano de 2018, tendo Santa Catarina 164,1 e Rio Grande do Sul 134,8. Contudo alguns municípios do estado refletem o agravamento da epidemia, tendo apresentado um crescimento de quase 200% nas taxas de detecção entre os anos de 2010 e 2018, como Curitiba que passou de 1,2 casos para 163,9 casos/100 mil habitantes e Cascavel que passou de 1,0 para 195,7 casos/100 mil habitantes. Houve também a notificação de 14.429 casos de sífilis em gestantes e 5.432 casos de sífilis congênita no estado. Dados provisórios de 2019 indicam que os números tendem a se manter ou continuar aumentando, tendo sido notificados até o final de junho 4.949 casos. Em 2020, a tendência é de que o número de casos notificados diminua em decorrência da pandemia de Covid-19 e a readequação dos serviços de saúde diminuindo a oferta e oportunidade para detecção da doença. Considerações Finais: O panorama apresentado demonstra que nos últimos anos houve um crescimento alarmante dos casos de sífilis adquirida. Este aumento pode estar relacionado a instauração de uma nova epidemia de sífilis, ou a exposição de uma epidemia invisível a décadas, por meio de sua recente inclusão na lista de notificação compulsória e maior oferta de testagem no sistema de saúde. Contudo, ainda é necessário maiores investimentos na expansão da oferta de testes, como no treinamento dos profissionais quanto à importância da notificação e identificação dos casos, para o conhecimento do real perfil epidemiológico e o estabelecimento de ações efetivas no combate à epidemia.

Palavras-chave


Sífilis; Infecções Sexualmente Transmissíveis; Promoção da Saúde;