Tamanho da fonte:
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS EM GESTANTES NO PARANÁ
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
INTRODUÇÃO: A sífilis ocorre quando há transmissão vertical durante a gravidez ou exposição sexual à bactéria Treponema pallidum pallidum. Suas manifestações clínicas resultam de respostas inflamatórias locais e muitas vezes imitam as de outras doenças. A sífilis também causa milhares de natimortos e mortes neonatais todos os anos, portanto, ressalta-se que reconhecer a situação epidemiológica no Paraná (PR) é um desafio de saúde pública, uma vez que se tem observado um elevado número de casos em gestantes nos últimos anos. OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis em gestantes entre 2015 e 2019 no PR. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo epidemiológico descritivo e quantitativo acerca dos casos de sífilis em gestantes, diagnosticados entre 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2019. Foram utilizados dados secundários provenientes dos Indicadores e Dados Básicos da Sífilis nos Municípios Brasileiros da Secretaria de Vigilância em Saúde, onde selecionou-se os dados do estado do Paraná. As variáveis utilizadas foram: número de casos, ano de diagnóstico, idade gestacional, faixa etária, escolaridade, cor e classificação clínica, que foram representadas em números absolutos, frequência relativa e medidas de tendência central, por meio de análise estatística descritiva. RESULTADOS: 10.768 casos de sífilis em gestantes foram registrados no período analisado. A média anual foi de 2153,60. O ano com maior número de casos foi 2018, com 2836, crescimento de 53,21% em relação a 2015. Já em 2019, ano com o número mais baixo de registros, houve diminuição de 33,01%. No que diz respeito à idade gestacional, 50,50% foram diagnosticados no 1º trimestre de gestação. Ressalta-se que, em 2015, 41,20% do total ocorreu nesse período da gravidez, já em 2019, 56,50%. Ademais, a faixa etária que concentra a maioria dos casos é a dos 20 aos 29 anos (53,94%) e em mulheres com a 5ª a 8ª série incompleta (22,45%) e ensino médio completo (18,86%). Parcela majoritária ocorreu em mulheres brancas (67,23%) e pardas (23,37%). Em relação à classificação clínica, a maioria das ocorrências foi de sífilis latente (37,84%), seguida pela sífilis primária (34,96%). CONCLUSÕES: Nota-se que mulheres com baixa e média escolaridade representam parcela majoritária dos casos. Apesar de haver um aumento considerável dos casos em 2018 e, posteriormente, uma queda em 2019, evidencia-se a necessidade de prevenção da sífilis para minimizar seus impactos no contexto paranaense.
Palavras-chave
Sífilis; Gravidez; Epidemiologia