Tamanho da fonte: 

INTRODUÇÃO Na Nutrição Enteral Domiciliar, tão essencial quanto à prescrição e recebimento nutricional adequado é a administração de formulações enterais sem risco de contaminação. Dentre as principais causas da contaminação nos domicílios estão as práticas inadequadas dos manipuladores, que podem contribuir para a contaminação cruzada nas cozinhas domésticas, e disseminação de patógenos oriundos de alimentos crus, pessoas e animais. Vale ressaltar que os pacientes com indicação de Nutrição Enteral são, na maioria das vezes, imunodeprimidos e podem estar mais susceptíveis a contrair doenças. Portanto, analisar a higiene pessoal adotada pelos manipuladores durante o preparo das formulações enterais é fundamental para minimizar os riscos de contaminação dos alimentos e consequentemente garantir a saúde do paciente.
OBJETIVO O objetivo deste estudo foi avaliar os critérios de higiene pessoal adotados pelos manipuladores durante o preparo de formulações enterais em domicílio.
METODOLOGIA Estudo de cunho transversal, com abordagem quantitativa, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Paraná e da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Paraná, sob o número 49265615.1.0000.0102 / 2016. O estudo foi realizado com 143 manipuladores de formulações enterais utilizadas por pacientes no âmbito domiciliar. Estes pacientes eram atendidos pelo Programa de Assistência Nutricional para Pessoas com Necessidades Alimentares Especiais, da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Paraná, Brasil. Foi elaborada uma lista de verificação com base na legislação nacional de Terapia de Nutrição Enteral e critérios internacionais da Organização Mundial da Saúde. Os itens da lista foram avaliados em Não se aplica; Adequado; e Inadequado. Posteriormente, os itens foram classificados com adequação: Excelente (91 a 100%); Bom (70 a 90%); Regular (50 a 69%); Ruim, (20 a 49%) e Muito Ruim (0 a 19%). A lista de verificação foi aplicada pelo pesquisador do estudo, durante a manipulação das formulações enterais.
RESULTADOS Os critérios de higiene pessoal apresentaram, no geral, 35,46% de adequação, sendo classificado como Ruim. Constatou-se que todos itens obtiverem baixo percentual de adequação, sendo os itens higienização das mãos com procedimento e frequência adequada (41,84%), produtos utilizados na higienização das mãos (28,57%) e atos dos manipuladores que possam contaminar o alimento durante o desempenho das atividades (35,92%), sendo ambos classificados como ruim.
CONCLUSÃO Conclui-se a necessidade de melhoria dos critérios de higiene pessoal dos manipuladores durante o preparo das formulações enterais, principalmente em relação a higienização das mãos e uso de produto adequado e condutas dos manipuladores de alimentos. Esses itens são essenciais para minimizar os riscos de contaminação e garantir os benefícios da nutrição enteral no ambiente domiciliar.

Manipulador de alimentos; Nutrição Enteral; Segurança alimentar;