Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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BURNOUT E TRANSTORNOS MENTAIS ENTRE PROFESSORES DE COLÉGIO UNIVERSITÁRIO
JOÃO VICTOR MANÇO RESENDE, MAYARA SOUZA MONNERAT, JORGE LUIZ LIMA DA SILVA, NATÁLIA VIANA MARCONDES DA SILVA, GIULIA LEMOS DE ALMEIDA, ANA LUÍSA DE OLIVEIRA LIMA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: O estresse tem sido indicado como a principal causa que leva o trabalhador a desenvolver transtornos mentais, dentre os quais, existem os transtornos mentais comuns (TMC), que podem ocasionar consequências sociais e redução na produtividade laboral, e o Burnout que é compreendido como a síndrome do esgotamento profissional, uma reação negativa associada ao estresse crônico vivido no trabalho, acarretando na exaustão emocional. Este estudo objetivou descrever o grau de estresse entre trabalhadores de colégio universitário; descrever a prevalência de síndrome de burnout (SB) e TMC entre o grupo, e analisar possível associação entre estresse e TMC. Material e método: foi realizado um estudo epidemiológico descritivo seccional. A população foi composta de 106 trabalhadores do Colégio Universitário Geraldo Reis – Coluni. A coleta ocorreu no período de 2018, com a aplicação de questionário estruturado com dados clínicos, contendo a Job Stress Scale (JSS), Maslach Burnout Inventory (MBI), e a versão reduzida do Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). O estudo seguiu a resolução 466/2012, e contou com a aprovação do comitê de ética da Faculdade de Medicina da UFF. Resultados: entre os trabalhadores, 65 profissionais (61,3%) relataram ser um pouco estressados. Na análise do modelo demanda-controle, 53 (50%) dos trabalhadores se alocou no quadrante trabalho ativo, 41 (38,7%) no trabalho passivo, enquanto que o quadrante de baixa exigência apresentou 12 (11,3%), nenhum trabalhador apresentou alta exigência. A suspeição de TMC entre os trabalhadores foi de 22,6%. Do total, 31 (29,2%) apresentaram síndrome de burnout, segundo Ramirez e cols., 104 (98,1%) SB, segundo Grunfeld e cols. e 29 (27,4%) SB, segundo Golembiewski e cols. Na análise multivariada, mantiveram-se associados ao desfecho: o sexo feminino (RP=10,03, IC95%=1,21-82,686); pensar em abandonar o trabalho (RP=1,49, IC95%=1,001-2,238); SB (RP=3,776, IC95%=1,024-13,926); e possuir idade acima da média se comportou como fator de proteção (RP=0,25, IC95%=0,078-0,794). Conclusão: não ocorreu associação entre a exposição e o desfecho neste estudo. Os resultados auxiliam na discussão sobre qualidade de vida, despertando o senso crítico sobre sinais e sintomas de estresse, e a conscientização sobre saúde mental, contribuindo assim para a área de epidemiologia, e qualidade de vida do trabalhador, e abre espaço para mais estudos na área da enfermagem.

Palavras-chave


saúde do trabalhador; estresse ocupacional; saúde mental;