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SOBRECARGA E PROCESSO DE ADOECIMENTO DE CUIDADORES DE IDOSOS
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
Introdução: O aumento na expectativa de vida pode vir acompanhado de morbidades incapacitantes por longos períodos. Nesse contexto, o número de cuidadores de idosos tem crescido cada vez mais. A prestação de serviço ao idoso muitas vezes pode ser uma atividade estressante, por isso, a qualidade de vida do cuidador é comprometida devido à sobrecarga física e psicológica do mesmo. O nível da dependência do paciente, a perda da capacidade funcional, a falta de um cuidador secundário e de apoio social podem ser fatores agravantes desse quadro. Assim, a sobrecarga do cuidador associada a um contexto de vulnerabilidade pode acarretar ansiedade, depressão, insônia, irritabilidade e cansaço físico. Objetivo: Descrever as características sociodemográficas dos cuidadores de idosos e os fatores envolvidos no processo de sobrecarga e adoecimento. Materiais e Métodos: Utilizou-se o banco de dados do portal da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), bem como os seguintes descritores: “Sobrecarga”, “Cuidadores” e “Idosos”. Foram selecionados artigos publicados nos últimos 10 anos, com texto completo disponível em português ou inglês. Foram excluídos os artigos publicados no período maior do que 10 anos e que especificaram a doença do idoso. Resultados: Os estudos selecionados evidenciam o perfil do cuidador, em sua grande maioria, sendo: mulher, filha ou cônjuge do idoso, casada, de meia-idade, com escolaridade precária e baixa condição econômica. Dados da literatura demonstram uma relação entre gênero e sobrecarga, visto que a maior inserção das mulheres no mercado de trabalho, somada às atividades laborais e domésticas que elas desempenham, além do cuidado para com o idoso, geram um acúmulo de funções. Ou ainda, a sobrecarga e o adoecimento de cuidadores podem ser resultados de fatores socioeconômicos, já que indivíduos de baixa escolaridade tendem a se dedicar mais às atividades domésticas e ao cuidado familiar, uma vez que o mercado de trabalho formal é mais incerto. O isolamento devido à redução das atividades sociais por consequência da responsabilidade de cuidado integral ao idoso, faz com que o cuidador deixe suas necessidades pessoais em segundo plano. Do mesmo modo, as variáveis do paciente são fatores que predizem a sobrecarga e depressão nos cuidadores, pois o tipo de comorbidade do idoso pode tornar o trabalho mais árduo. Conclusões: É fundamental o desenvolvimento de políticas públicas que almejem maior suporte ao cuidador do idoso, fornecendo-lhe melhores condições de vida e trabalho, considerando que essa função se mostrou um fator de risco ao bem-estar. Além disso, torna-se relevante que os profissionais de saúde responsáveis pelo acompanhamento domiciliar desenvolvam estratégias de modo a prevenir, diagnosticar e tratar os pacientes, em âmbito físico e psicológico, possibilitando melhora na qualidade de vida dos indivíduos.
Palavras-chave
Saúde Mental; Família; Trabalho;