Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SONO E SONOLÊNCIA DIURNA ENTRE ESTUDANTES DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
RENAN BALLEGO BARREIROS, MARCELO JOSÉ DE SOUZA E SILVA, MATEUS BOTOGOSKE

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: Estudantes de medicina, devido a uma exigente grade horária e atividades extracurriculares, enfrentam dificuldades na manutenção de um sono apropriado, levando a diversos problemas, entre eles, sonolência diurna, pois que o sono impacta diretamente na memória e funções cognitivas, sendo importante dormir com qualidade e quantidade adequadas. Este estudo visa avaliar o sono dos estudantes de medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), para que, baseado nos dados mais relevantes, sejam realizadas intervenções que possam melhorar o sono dessa população. Objetivos: O objetivo desta pesquisa é conhecer os hábitos de sono e índices de sonolência de estudantes de medicina da UFPR. Metodologia: Aplicaram-se dois questionários, o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) e a Escala de Sonolência de Epworth (ESE), a uma amostra de 394 estudantes de medicina da UFPR, tal amostra foi obtida a partir dos estudantes voluntários para participar do projeto. O ESE possui oito questões e o PSQI, 24 questões, das quais não foram realizadas cinco questões, pois devem ser respondidas pelo companheiro de quarto, e um foi excluído por conta de seu caráter clínico. Os resultados foram agrupados por período do curso (primeiro ao décimo segundo) e por ciclos, os quais são ciclo ‘Básico’ (primeiro ao quarto período), ciclo ‘Clínico’ (quinto ao oitavo período) e ciclo ‘Internato’ (nono ao décimo segundo período). Resultados: Como resultados obteve-se que o horário médio de se deitar foi às 23:48h, a média do horário de se levantar foi às 6:09h e a média de sono por noite foi de 6,22 horas. 57,1% dos entrevistados avaliaram sua qualidade de sono como ‘Boa’ e 39,8%, como ‘Ruim’ ou ‘Muito ruim’, enquanto, pelo escore final do PSQI, 68,3% da amostra tiveram a qualidade de sono classificada como ‘Ruim’ e 31,7% como ‘Boa’. 15% dos estudantes usam remédios para dormir pelo menos uma vez na semana. A pontuação final média no PSQI entre as mulheres (n=223) foi de 7,55 pontos, superior à média dos homens (n=171), de 6,80. A pontuação média do ciclo ‘Básico’ foi superior à do ‘Clínico’ (p=0,01), sendo que esta foi superior à do ‘Internato’ (p=0,01). A pontuação média no ESE entre as mulheres foi superior à dos homens, sendo 11,99 pontos e 9,75, respectivamente, uma diferença estatisticamente significativa (p<0,01). 54,6% dos discentes foram avaliados com sonolência excessiva. A pontuação média do ciclo ‘Básico’ foi superior à do ciclo ‘Clínico’ (p=0,848) e esta foi superior à do ciclo ‘Internato’ (p<0,01). Observou-se relação estatisticamente significativa entre sonolência diurna e qualidade do sono (risco relativo: 2,717; IC95% 1,754-4,210). Conclusões: Os resultados foram piores do que se observa na população geral e a qualidade de sono ruim prejudica funções cognitivas fundamentais para o aprendizado, portanto é necessário intervir nessa população visando a melhorar a qualidade de vida e capacidade de estudo.

Palavras-chave


Qualidade do sono; Sonolência; Estudantes de medicina