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ADOECIMENTO DOS TRABALHADORES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM UM MUNICÍPIO DE GRANDE PORTE DA REGIÃO CENTRO – OESTE DO BRASIL
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
Introdução: O adoecimento dos trabalhadores em saúde tem preocupado os gestores, visto que o processo de trabalho dessa categoria os submete a várias situações de risco tanto biológicos, como relativos à organização e estruturação da rotina de trabalho. As exigências de produtividade, dificuldade de trabalho em equipe, deficiências nos demais níveis da rede de atenção, inexistência de plano de cargos e salários, precariedade das instalações e suprimentos das unidades de saúde e relações interpessoais fragilizadas, são alguns dos motivos do adoecimento, o que indica a necessidade de aprofundamento nos estudos para entender esse fenômeno. Objetivo: identificar os principais riscos de adoecimento por meio do contexto laboral nos anos de 2015-2016 dos trabalhadores das Equipes de Saúde da Família em Campo Grande, Mato Grosso do Sul/Brasil. Método: Estudo exploratório, quantitativo, utilizando dados secundários gerados a partir dos relatórios do Sistema de Gestão de Capital Humano para o Serviço Público municipal, que disponibilizou o número de trabalhadores licenciados há mais de 30 dias (n=114) e, a partir desse universo, foram aplicadas as quatro (4) Escalas do Inventário sobre Trabalho e Risco de Adoecimento (ITRA) em 39 trabalhadores, pertencentes aos cargos de médico, enfermeiro, odontólogo, assistente social, assistente administrativo I e II/ auxiliar de serviço de saúde e auxiliar em saúde bucal, analisando os três principais fatores de adoecimento de cada escala, com exceção da Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no trabalho que analisou dois fatores. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul através do CAAE nº 78713917.0.0000.002.Resultados: A Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho apresentou classificação de risco de adoecimento crítico para todos os seus três fatores: organização do trabalho, relações socioprofissionais e condições de trabalho; a Escala do Custo Humano no Trabalho teve classificação de risco grave para o fator custo cognitivo e, para os fatores custo afetivo e físico, crítico; a Escala de Indicadores de Prazer no Trabalho para o fator liberdade foi o único dentre todos satisfatório e realização profissional classificado como crítico, para a Escala de Sofrimento no Trabalho obteve para o fator esgotamento profissional grave e falta de reconhecimento crítico. Para a Escala de Avaliação dos Danos Relacionados ao Trabalho apresentou risco grave para os fatores de danos físicos e sociais e crítico para fatores de danos psicológicos. Conclusão: O ambiente laboral desses trabalhadores é pouco favorável, pois se apresentam físico e emocionalmente adoecidos, o que indica a necessidade de intervenções imediatas para melhoria da qualidade de suas vidas e eficiência dos serviços prestados à população.
Palavras-chave
Saúde do Trabalhador;Processo de Trabalho; Atenção Primária à Saúde;Estratégia Saúde da Família;