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DESAFIOS GERENCIAIS PARA IMPLANTAÇÃO DO MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS NA 15ª REGIÃO DE SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ - BRASI
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
Introdução: por meio de uma iniciativa da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (SESA) em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS), no ano de 2014, foi realizada a implantação do Modelo de Atenção às Condições Crônicas na 15ª região de saúde do Paraná¹. A implantação do modelo foi uma estratégia para enfrentamento das doenças crônicas, responsáveis por 80% da carga de doenças no estado². Objetivos: descrever os aspectos facilitadores e entraves vivenciados pelos profissionais gestores no processo de implantação do Modelo de Atenção às Condições Crônicas no estado do Paraná/Brasil. Material e métodos: trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas no ambiente de trabalho do participante, no período de agosto de 2018. A amostra foi convencional, composta por sete participantes, sendo um gestor municipal da Atenção Primária à Saúde (APS), um gestor da Atenção Ambulatorial Especializada, um gestor da APS da regional, um gestor das redes de atenção da regional e um gestor da divisão de atenção à saúde, um gestor da SESA, e um gestor do CONASS. A análise de dados ocorreu por meio de análise de conteúdo, proposta por Bardin³. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da PUCPR aprovado sob parecer nº 2.424.071 / 2017 e suas respectivas instituições coparticipantes. Resultados: evidenciaram-se as seguintes categorias de análise: i) a relevância da capitania dos gestores municipais e estaduais no processo de implantação do modelo. Os entrevistados destacaram que foi possível realizar a mudança do modelo de atenção mediante o apoio de recursos financeiros e incentivos recebidos pelas instâncias municipal e estadual e que o suporte à implantação da estratégia foi fundamental para que a implantação ocorresse; ii) educação permanente como estratégia para implantação do Modelo de Atenção às Condições Crônicas. Os gestores afirmaram que utilizaram ações de educação permanente como estratégia para suporte técnico-científico aos profissionais no processo de construção de novos fluxos de trabalho e assistência em saúde à pessoa que vive com condições crônicas. Para tornar possível a implantação do modelo, os gestores custearam serviços de consultoria externa para todos os profissionais envolvidos no processo de implantação; iii) a atenção hospitalar como limitação para as redes de atenção. Evidenciou-se que houve avanços na implantação do modelo na APS e na AAE, entretanto, não houve expansão da rede à atenção hospitalar. Os serviços hospitalares apresentaram resistência à adesão do modelo, apresentando-se como entrave para as ações em rede. Conclusões: a implantação do Modelo de Atenção às Condições Crônicas demanda de apoio financeiro e político dos gestores municipais e estaduais e conota de uma equipe multidisciplinar capacitada e motivada para envolver-se no processo de mudança.
Palavras-chave
Gestão em saúde; Doença crônica; Sistema único de saúde;