Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM RELAÇÃO À IMPLANTAÇÃO DO MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS NA 15ª REGIÃO DE SAÚDE DO PARANÁ
LAÍS CAROLINI THEIS, SAULO VINÍCIUS ROSA, DHANIEL MARINHO MIKOSZ, SIMONE TETU MOYSÉS, THYAGO PROENÇA DE MORAES

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: As condições crônicas apresentam-se como maior problema de saúde pública da atualidade, responsável por milhões de mortes em todo o mundo anualmente¹. Como proposta de enfrentamento, Eugênio Vilaça Mendes, adaptou o Modelo de Atenção às Condições Crônicas de acordo com a realidade do Sistema Único de Saúde no Brasil. O modelo contra hegemônico visa uma mudança sistêmica no cuidado às pessoas com condições crônicas². Em consonância com a proposta, a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde decidiram implantar o modelo na 15ª região de saúde do Paraná, como proposta piloto, no ano de 2014. O modelo foi implantado na Atenção Primária à Saúde, no município de Munhoz de Melo e na Atenção Ambulatorial Especializada, em Maringá³. Objetivos: conhecer a percepção dos profissionais de saúde em relação ao Modelo de Atenção às Condições Crônicas por meio do questionário IEMAC-ARCHO 36 (Instrumento de Avaliação de Modelos de Atenção à Condição Crônica). Materiais e métodos: o instrumento IEMAC-ARCHO foi aplicado em uma equipe de Atenção Primária à Saúde, no município de Munhoz de Melo, primeira cidade a implantar o modelo, e também em uma equipe de Atenção Ambulatorial Especializada (CISAMUSEP), localizada em Maringá, que atua como centro de referência especializada para os trinta municípios da região. O questionário, originalmente desenvolvido por pesquisadores espanhóis, possui 36 questões de auto avaliação, apresenta pontuação máxima de 3600 pontos, dividido em 6 dimensões e apresenta versão validada no idioma português brasileiro. A aplicação do instrumento ocorreu por meio de reuniões de grupos focais, com os profissionais de diversas categorias e preenchido em formulário on-line pela plataforma Google Docs. A organização dos dados foi realizada por meio de planilhas e análise descritiva e de frequência. Resultados: na percepção dos profissionais da Atenção Primária, o serviço atingiu 30,55% da implantação do modelo. Como dimensões mais bem desenvolvidas destacam-se: organização do sistema de saúde(40%); e apoio da tomada de decisão clínica (36,7%). As dimensões que ainda precisam ser otimizadas foram: autocuidado (18,3%); e saúde compartilhada (20%). Na percepção dos profissionais da Atenção Ambulatorial Especializada, o serviço atingiu 52,7% da implantação do modelo. Como dimensões mais bem desenvolvidas destacam-se: autocuidado (78,3%); e apoio da tomada de decisão clínica (66,7%). As dimensões que ainda precisam ser otimizadas foram: modelo assistencial (36,5%); e saúde compartilhada (45%). Conclusões: a percepção dos profissionais de saúde demonstra que a implantação do modelo ainda não atingiu todas as dimensões do modelo de atenção às condições crônicas, apesar de apresentar avanços. E reforça a necessidade de continuidade do processo de fortalecimento da estratégia de cuidado crônico.

Palavras-chave


Doença Crônica; Assistência Integral à Saúde; Sistema Único de Saúde;