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PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM RELAÇÃO À IMPLANTAÇÃO DO MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS NA 15ª REGIÃO DE SAÚDE DO PARANÁ
Última alteração: 02-10-2020
Resumo
Introdução: As condições crônicas apresentam-se como maior problema de saúde pública da atualidade, responsável por milhões de mortes em todo o mundo anualmente¹. Como proposta de enfrentamento, Eugênio Vilaça Mendes, adaptou o Modelo de Atenção às Condições Crônicas de acordo com a realidade do Sistema Único de Saúde no Brasil. O modelo contra hegemônico visa uma mudança sistêmica no cuidado às pessoas com condições crônicas². Em consonância com a proposta, a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde decidiram implantar o modelo na 15ª região de saúde do Paraná, como proposta piloto, no ano de 2014. O modelo foi implantado na Atenção Primária à Saúde, no município de Munhoz de Melo e na Atenção Ambulatorial Especializada, em Maringá³. Objetivos: conhecer a percepção dos profissionais de saúde em relação ao Modelo de Atenção às Condições Crônicas por meio do questionário IEMAC-ARCHO 36 (Instrumento de Avaliação de Modelos de Atenção à Condição Crônica). Materiais e métodos: o instrumento IEMAC-ARCHO foi aplicado em uma equipe de Atenção Primária à Saúde, no município de Munhoz de Melo, primeira cidade a implantar o modelo, e também em uma equipe de Atenção Ambulatorial Especializada (CISAMUSEP), localizada em Maringá, que atua como centro de referência especializada para os trinta municípios da região. O questionário, originalmente desenvolvido por pesquisadores espanhóis, possui 36 questões de auto avaliação, apresenta pontuação máxima de 3600 pontos, dividido em 6 dimensões e apresenta versão validada no idioma português brasileiro. A aplicação do instrumento ocorreu por meio de reuniões de grupos focais, com os profissionais de diversas categorias e preenchido em formulário on-line pela plataforma Google Docs. A organização dos dados foi realizada por meio de planilhas e análise descritiva e de frequência. Resultados: na percepção dos profissionais da Atenção Primária, o serviço atingiu 30,55% da implantação do modelo. Como dimensões mais bem desenvolvidas destacam-se: organização do sistema de saúde(40%); e apoio da tomada de decisão clínica (36,7%). As dimensões que ainda precisam ser otimizadas foram: autocuidado (18,3%); e saúde compartilhada (20%). Na percepção dos profissionais da Atenção Ambulatorial Especializada, o serviço atingiu 52,7% da implantação do modelo. Como dimensões mais bem desenvolvidas destacam-se: autocuidado (78,3%); e apoio da tomada de decisão clínica (66,7%). As dimensões que ainda precisam ser otimizadas foram: modelo assistencial (36,5%); e saúde compartilhada (45%). Conclusões: a percepção dos profissionais de saúde demonstra que a implantação do modelo ainda não atingiu todas as dimensões do modelo de atenção às condições crônicas, apesar de apresentar avanços. E reforça a necessidade de continuidade do processo de fortalecimento da estratégia de cuidado crônico.
Palavras-chave
Doença Crônica; Assistência Integral à Saúde; Sistema Único de Saúde;