Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR COMO EXERCÍCIO DE INTERPROFISSIONALIDADE
MARCELO AMIR DE ARAÚJO JÚNIOR, SHEILA APARECIDA DA SILVA, CRISTINA STARK REZENDE HIGINO, LETÍCIA GABRIELLE LUIZ DA COSTA, ELIANA PEREIRA DE SOUZA MORAIS, ALDO MATOS

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


Introdução: O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, que surge como resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar. O locus da Atenção Básica à Saúde é um campo rico em oportunidades para exercitar essa estratégia, dada a sua organização em equipes de trabalho e sua abordagem ora coletiva, ora individual em um universo de necessidades de saúde de diferentes matizes e complexidades. Objetivo: Relatar a experiência do projeto do PET-Saúde/Interprofissionalidade ao usar o Projeto Terapêutico Singular como exercício de interprofissionalidade. Material e Método: Ao iniciar as atividades com os trabalhadores de uma UBS no município de Uberaba (MG), o grupo de aluno, tutores e preceptores aplicou um questionário de avaliação diagnóstica, cujas respostas mostraram pouco conhecimento sobre o PTS e sinalizaram alguma prática inteprofissional, porém não sistematizada. Além disso, constatou-se expressiva fragilidade nos vínculos, e dificuldades comunicacionais resultantes da má qualidade destas relações interpessoais. As respostas foram apresentadas aos trabalhadores na forma de nuvens de ideias e se propôs uma atividade de educação continuada sobre PTS com as equipes da unidade, porém com o objetivo de extrapolar a abordagem interdisciplinar, exercitando a interprofissionalidade. Após a fundamentação teórica sobre PTS, as equipes tiveram um prazo para escolher um caso de seu território, trazê-lo para o próximo encontro para estruturar uma proposta de PTS e a seguir, executá-la. Resultados: A existência de alguma prática interprofissional, ainda que não sistematizada, comprovou-se nos relatos e falas dos profissionais no encontro para a fundamentação teórica. As equipes escolheram o caso de uma criança de 9 anos, baixo desenvolvimento, recém diagnosticado com Diabetes Mellitus tipo I, cuja família vive em condições de vulnerabilidade social, necessitando de acompanhamento singular. Os trabalhadores da unidade pactuaram a estratégia de atenção à criança e família, a corresponsabilidade e as competências de cada profissional e de todos, com protagonismo da Agente Comunitária de Saúde, de forma que nas visitas domiciliares, ou em qualquer atendimento, cada profissional estaria também representando a equipe. Foram mobilizadas, durante os atendimentos, competências específicas, comuns (orientações em saúde) e colaborativas (acolhimento, responsabilização, formação de vínculo), além de uma comunicação não hierarquizada, sinalizando uma estruturação e intencionalidade de atividade interprofissional. Considerações finais: O PTS reafirmou-se como uma potente ferramenta no exercício da Interprofissionalidade, enquanto tecnologia leve que possibilita a qualificação do cuidado em saúde, a comunicação entre atores envolvidos, e o estreitamento de vínculos.

Palavras-chave


Educação Interprofissional; Atenção Primária à Saúde; Planejamento de Assistência ao Paciente;