Biblioteca Digital de Eventos Científicos da UFPR, II Congresso de Saúde Coletiva da UFPR

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TRABALHO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE: ESTIGMA E ESTEREÓTIPOS NEGATIVOS DAS PROFISSÕES
HELTON DOUGLAS DE OLIVEIRA, MAXIMILIANO BATISTA, MARIA PAULA VIEIRA NUNES, THAMANDRA VITORIA MANOCHIO PINTO, RITA DE CASSIA RODRIGUES REIS, SHEILA APARECIDA DA SILVA

Última alteração: 02-10-2020

Resumo


INTRODUÇÃO: O trabalho em saúde possui complexidades quando visto como campo relacional implicado em hierarquias, ou apropriação de especialismos que definem a posição de cada profissional no processo de trabalho, impedindo a ampliação do cuidado integral à saúde. Pensando nisso, o grupo 4 do PET-Saúde/Interprofissionalidade da Universidade de Uberaba (UNIUBE) propôs um trabalho de reconhecimento das categorias que compõem o projeto e seus estereótipos. O que se observou foi que os especialismos profissionais criam silos impermeáveis que impedem ou dificultam o trabalho colaborativo.
OBJETIVO: Discutir os estereótipos profissionais e como eles podem impactar no trabalho em equipe e nas ações interprofissionais.
MÉTODOS: A atividade foi realizada pelo grupo 4 do PET-Saúde da UNIUBE através de leitura sobre a necessidade do trabalho colaborativo e da quebra dos silos profissionais da saúde e de uma dinâmica, em 4 encontros, na qual os membros do grupo expuseram concepções estereotipadas sobre as diferentes profissões da saúde que compunham o grupo. Essas visões eram contestadas pelo representante dessa profissão seguida de discussão sobre como determinada visão afetava as relações de trabalho. Compõem o grupo, como discente, tutor e preceptor as seguintes profissões: educação física, psicologia, enfermagem, fisioterapia, farmácia, odontologia e medicina.
RESULTADOS: Foram levantados estereótipos relacionados ao não pertencimento de algumas profissões à área da saúde; à subordinação organizacional ao profissional médico; à representação de uma profissão frustrados por uma tentativa fracassada de cursar medicina; à estereotipação relacionada ao gênero; à formação simplista e fácil de algumas categorias profissionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A subordinação dos demais profissionais ao médico constituiu-se devido ao contexto histórico curativista, no qual o profissional da medicina já estava consolidado, enquanto as outras profissões ainda estavam em processo de consolidação. Esse estigma profissional acontece desde o processo de formação quando alguns cursos, como psicologia e enfermagem, são considerados femininos; mas também nas relações de trabalho ao se idealizar que as atribuições do profissional de odontologia se limitam à boca; ou ainda, quando o profissional de educação física é considerado alheio à área da saúde, em partes, pela sua formação tida como fácil. Logo, todos esses fatores podem refletir negativamente nas relações e práticas profissionais, endossando certa desvalorização de categorias, limitando ou impedindo a coparticipação nas atividades em equipe e impossibilitando a prática interprofissional. Esse estudo não pretende esgotar essa discussão e sim dar relevância, sugerindo que mais debates e estudos possam ser produzidos da graduação ao ambiente do trabalho em saúde.

Palavras-chave


Estigma; Ocupações em Saúde; Práticas Interdisciplinares